Resumo: |
Úlceras decorrentes de disfunções venosas são comuns na prática clínica. Fatores como hipóxia, infecção, acúmulo de fibroblastos senescentes, metabolismo anormal de colágeno e desequilíbrio entre produção e absorção de matriz extracelular contribuem para a cronicidade dessas lesões. Até o momento, não existe tratamento ideal para essas úlceras. A radiação infravermelha longa (FIR) tem sido proposta como opção. Diversos estudos descrevem efeitos antimicrobiano e anti-inflamatório, melhora na circulação sanguínea, regeneração de colágeno, aumento na proliferação de fibroblastos e expressão de TGF-beta, e aumento da síntese de óxido nítrico (NO), que tem papel importante em todas as fases da cicatrização. O objetivo deste estudo foi avaliar, por imunoensaios, a ação de substratos têxteis emissores de radiação infravermelha longa (FIR), em associação ou não à prata (FIR+Ag), sobre cultura de fibroblastos oriundos de úlcera venosa (venous ulcer fibroblasts VUFs) quanto a citotoxicidade, expressão de vimentina, colágeno dos tipos I e III, iNOS e VEGF, além do potencial antimicrobiano sobre cepas de bactérias frequentemente encontradas no leito de úlceras venosas. Ao que parece, o aditivo FIR sozinho, ou em combinação com prata, não exerceu efeito citotóxico sobre fibroblastos humanos (VUF). Houve aumento na expressão de vimentina em relação ao controle em todos os estímulos avaliados. Também foi observado aumento da expressão de iNOS estimulado pela prata. Não ocorreu aumento da expressão de VEGF e colágeno do tipo I e tipo do III. O efeito antimicrobiano de FIR foi comparável ao efeito classicamente descrito para a utilização de prata. Assim, acreditamos que o emprego de produtos têxteis emissores de FIR como curativos seja uma possível opção para o tratamento de úlceras venosas |
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