O Praktikós e o Gnōstikós de Evágrio Pôntico: estudo, tradução e comentários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Prado Neto, Benedito de Pina Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8143/tde-19052023-191340/
Resumo: Há, neste estudo, junto de alguns ensaios e comentários, uma tradução de dois tratados de ascese atribuídos a Evágrio Pôntico (345-399 d.C.): o Praktikós e o Gnōstikós. Dada a má sorte da transmissão de seus manuscritos desde a sua condenação no II Concílio de Constantinopla (553 d.C.), tem havido, através dos séculos, muitas dificuldades relacionadas aos estudos evagrianos. Com efeito, não há apenas o problema da atribuição equivocada de suas obras a outros autores - por exemplo, as atribuições de algumas delas a Nilo de Ancira, um recurso filológico que foi, provavelmente, um meio de evitar a suposta censura -, mas também o de muitas concepções equivocadas acerca de suas ideias. Para nos atentarmos a isso, foi necessário analisar, ao menos de passagem, a transmissão de seus manuscritos, o que nos foi possível apenas por meio da discussão do estudo filológico já realizado por Antoine e Claire Guillaumont, ou seja, indiretamente. Com efeito, esse problema filológico parece trespassar todo o conteúdo literário e filosófico de Evágrio a ser estudado. De qualquer modo, Evágrio, como uma figura histórica, pode ser conhecido não apenas por meio de descrições feitas nos seus próprios manuscritos, mas também por aquelas que se fazem presentes em manuscritos de outros autores da Antiguidade Tardia, como Sócrates Escolástico, Paládio e Rufino de Aquileia em suas obras historiográficas. Além do mais, existem, em outras fontes, representações de Evágrio que também são interessantes, como as epistulae de Jerônimo. Conforme será visto neste trabalho, é importante estar atento a isto: Evágrio não era indiferente à ciência de seu tempo. Ao incorporar as principais discussões do período tardo-antigo no seu pensamento, ele escreveu com estilo próprio acerca da alma humana, do corpo humano e do universo. É possível que ele tenha sido o primeiro autor cristão a expressar seus pensamentos em kephálaia - algo como capítulos muito curtos. E, por último mas não menos importante, o pensamento médico que se faz presente em sua obra e a importância da linguagem alegórica como instrumento de composição e hermenêutica são elementos que o fazem simultaneamente um autor original e um homem do seu próprio tempo.