Avaliação dos programas de uso racional de antimicrobianos em hospitais do estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sato, Silvia Akemi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5172/tde-04102021-141905/
Resumo: As infecções relacionadas à assistência à saúde acrescentam custos monetários e humanos, principalmente quando são causados por bactérias resistentes aos antimicrobianos. A ocorrência de bactérias multirresistentes muitas vezes provoca a prescrição de antimicrobianos de amplo espectro o que leva a um círculo vicioso. Para evitar isso, os serviços de controle de antimicrobianos se esforçam em educar a equipe médica, criando as avaliações sistemáticas inseridas muitas vezes em programas de controle de antimicrobianos. Para realiza-las é necessário o planejamento e implantação de métodos, ferramentas e estratégias que incluem a pré-auditoria, a avaliação pós-prescrição, o uso de recursos laboratoriais e recursos humanos, tendo caráter restritivo ou educativo. Realizou-se uma pesquisa transversal com os hospitais de São Paulo, em que um questionário com conteúdo referente ao uso de antimicrobianos foi aplicado entre março e junho de 2018. Vinte e oito de 93 hospitais contatados aceitaram participar da pesquisa, dos quais 50% eram hospitais públicos, 25% eram privados e outros 25% eram filantrópicos. A média de leitos total foi de 341, e 47 leitos de UTI. Em 93% das instituições havia um programa de gerenciamento de antimicrobianos. Todos os serviços de controle de infecção contavam com médicos e enfermeiros, mas a proporção de serviços que contavam com farmacêuticos foi de 25%. Apesar disso, 57 % dos hospitais pesquisados tinham um farmacêutico atuando em algum momento do uso de antimicrobianos, o que constitui uma lacuna no uso responsável de antimicrobianos, já que este profissional é proficiente na orientação do uso correto de medicamentos. A estratégia mais comumente empregada foi a pós-auditoria com resposta ao prescritor. O protocolo de antibioticoprofilaxia esteve presente em 100% dos hospitais, mas apenas uma parte acompanhava a adesão ao protocolo, 11% utilizavam a pré-autorização para todos os antimicrobianos e 46% restringiam uma parte dos antimicrobianos. As visitas às unidades de internação foram relatadas por 93% das instituições e foi descrita como boa conduta por demonstrar parceria aos profissionais assistenciais. 67% possuíam uma diretriz para o uso e ajuste de vancomicina, 3% o faziam para amicacina, 68% faziam infusão prolongada de betalactâmicos e carbapenêmicos. Verificou-se que 25% dos laboratórios de microbiologia não tinham disponibilidade de método automatizado de bactérias. A maior parte dos programas tem como principal estratégia, educar o prescritor. Os objetivos principais dos programas foram: a segurança do paciente e prevenção de ocorrência de bactérias multirresistentes. Os indicadores predominantemente utilizados para avaliar os resultados dos programas foram perfil de resistência das bactérias (77%), infecção por bactérias multirresistentes (68%) e consumo de antimicrobianos (64%). Em conclusão, a maioria dos hospitais pratica alguma forma de avaliação dos antimicrobianos prescritos. Há lacunas quanto à atuação do farmacêutico no gerenciamento de antimicrobianos e nos recursos diagnósticos poderiam ser sugeridas melhorias