Memórias do cárcere: estudo sobre as motivações e significados para a prática de atividades físicas coletivas de um grupo de mulheres

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Fernandes, Charles Augusto Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-06062014-210942/
Resumo: A finalidade desta pesquisa foi estudar os aspectos socioculturais de um ambiente penitenciário, que podem influenciar o ensino e a prática de atividades físicas coletivas (AFC) por mulheres presas identificadas como os outros, conforme interpretações de referências teóricas dos Estudos Culturais. Dentre os objetivos específicos pretendíamos identificar as motivações para a prática de AFC; avaliar e monitorar os possíveis efeitos da prática de AFC e investigar evidências sobre a ocorrência de aprendizagem significativa, por meio da análise de mapas conceituais e textos dissertativos criados pelas próprias mulheres presas. As análises dos resultados obtidos indicaram que o estudo das motivações para a prática de AFC foi importante para desenvolver atividades físicas que correspondessem às expectativas das mulheres presas, como os Jogos Cooperativos, que incentivaram a participação e evitaram desistências. O uso do questionário DALDA permitiu a identificação e monitoramento semanal de fontes e sintomas de estresse, além de motivar a reflexão crítica das mulheres presas sobre os seus hábitos cotidianos no ambiente cultural penitenciário. A avaliação da percepção subjetiva de esforço (PSE) possibilitou o monitoramento de intensidade das sessões de AFC. Assim, ambos os métodos contribuíram para a promoção de saúde e qualidade de vidas das mulheres presas. Todos esses procedimentos vivenciados ativamente pelas mulheres presas proporcionaram processos de diferenciação progressiva e reconciliação integradora, que foram evidenciados em mapas conceituais e textos dissertativos, indicando a ocorrência de aprendizagem significativa em alguns casos. Os métodos e procedimentos utilizados nesta pesquisa foram eficientes e pouco invasivos para à privacidade e integridade das mulheres presas. Portanto, podem ser recomendadas para a elaboração programas educacionais de intervenção em saúde pública, por profissionais da área da saúde e de atividades físicas.