Ensaio psicanalítico para uma metapsicologia do leitor literário: uma leitura de Água viva de Clarice Lispector

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Moraes, Débora Ferreira Leite de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-31082011-121002/
Resumo: Este trabalho investiga a relação entre o leitor e o texto ficcional de um ponto de vista psicanalítico com o intuito de contribuir para uma metapsicologia do leitor literário. Ao leitor pressuposto na tessitura do texto, articula-se a singularidade do efeito que uma obra literária pode produzir em cada leitura, no encontro com cada leitor. Inspirada pelo método psicanalítico e a ficcionalidade do processo interpretativo, esta investigação parte de uma leitura do texto Água Viva de Clarice Lispector. Como recurso metodológico, abandonando o paradigma da psicanálise aplicada à literatura, a interpretação não será do texto nem da autora, mas da experiência de leitura a partir do que foi denominado, neste estudo, como campo transferencial entre leitor e texto literário. Um encontro que promove a transformação de ambos, leitor e texto. A cooperação imaginativa do intérprete, neste espaço intersubjetivo, torna-o deste ponto de vista, também interpretado do texto e este apontamento nos permitiu considerar que a alterabilidade do leitor e, portanto, a leitura de si mesmo a partir do texto literário, é condição imprescindível e inevitável para o mergulho nas páginas de um texto ficcional. No caso da obra literária escolhida, a convocação do leitor para uma participação criativa é feita por meio de uma travessia pelo reino do irrepresentável, paradoxalmente formado pela representabilidade da palavra. A experiência de leitura de Água Viva mostrou que este encontro se inscreve no leitor por meio de seu efeito e reescreve, como resultado, uma nova narrativa. Deste modo, a criação literária escrita nos remete à criação literária da leitura