Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Corradi-Webster, Clarissa Mendonça |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-03062011-142952/
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Resumo: |
Este estudo foi realizado com o uso do discurso construcionista social. De acordo com este discurso, a construção de sentidos sobre o mundo e sobre o homem se dá através da linguagem, nos relacionamentos. As construções são também circunscritas ao contexto histórico e cultural. A linguagem está institucionalizada através de discursos que produzem determinados efeitos, construindo modos de ser e de agir no mundo. No campo de estudos de álcool e outras drogas temos diversos discursos que regulamentam o consumo destas substâncias. O discurso construcionista social nos convida a problematizar estes discursos, assumindo postura crítica frente a eles. A literatura científica apresenta diversos discursos que auxiliam a construir sentido sobre o consumo de bebidas alcoólicas por mulheres. São destacados aqui os discursos epidemiológicos, biomédico, sociológico e psicológico, refletindo sobre efeitos destes discursos. Deste modo, o objetivo deste estudo foi fazer uma aproximação do discurso construcionista social para o campo de estudos do consumo de bebidas alcoólicas por mulheres, mais especificadamente, problematizar o vocabulário disponível na área para a significação das situações referentes ao uso de álcool; analisar as implicações identitárias dos discursos tradicionais da área; produzir interpretações alternativas relativas às questões de uso do álcool (individual e social). O estudo foi realizado em um serviço ambulatorial para tratamento de farmacodependências. Participaram do estudo duas mulheres que fizeram tratamento neste serviço, recebendo diagnóstico de síndrome de dependência de álcool (Miriam e Ana). Os instrumentos utilizados foram caderno de campo e entrevista de história de vida. A análise foi realizada em dois momentos: 1. Imersão no caderno de campo, onde foram identificados discursos, vozes e posicionamentos; 2. Imersão nas entrevistas, onde foi utilizada a ferramenta da análise do discurso, identificando discursos e efeitos destes para construção de versões identitárias e de práticas sociais. Na conversa com Miriam, construímos uma narrativa saturada pelo problema. Com o uso de alguns discursos (ex. papéis sociais de gênero, psiquiátrico, motivação interna) a versão construída da história de Miriam é a de alguém que está impotente frente ao consumo. Na conversa com Ana, construímos uma narrativa de sucesso. Com o uso de alguns discursos (ex. papéis sociais de gênero, autonomia) a versão construída da história de Ana é de alguém que não tem problema com o consumo de bebidas. Entretanto, este posicionamento é colocado em questão pelas vozes dos filhos. A partir de relatos de exceção, são oferecidas histórias alternativas às histórias dominantes. Os discursos produzem diferentes efeitos que só podem ser conhecidos com seu uso. É no relacionamento que os sentidos são construídos e que se abrem as possibilidades de mudança. A postura flexível, responsiva e de co-responsabilidade é sugerida para a abordagem da questão do consumo de bebidas alcoólicas por mulheres, considerando, nos relacionamentos, quais discursos possibilitam a construção de uma relação de ajuda. |