A Faculdade de Philosophia e Letras do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro: uma empreitada educacional no início da República (1915-1922)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Melo, Thaís de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-30102023-160536/
Resumo: Esta proposta de pesquisa tem como objetivo analisar o processo de concepção teórica e estruturação jurídica da Faculdade de Philosophia e Letras fundada pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), na década de 1910, no Rio de Janeiro. A Faculdade representa o auge de uma trajetória de trabalhos do IHGB no campo da educação durante o século XX. Inicialmente como Eschola de Altos Estudos (1915), o objetivo era criar uma instituição que oferecesse formação profissional, baseada em conhecimentos técnicos e teóricos, para o setor público, com ênfase nas áreas de diplomacia, administração e finanças. As mudanças para Academia de Altos Estudos (1916), com a criação de um curso de filosofia e letras, redimensionaram o campo de trabalho da instituição, agregando um programa de estudos desinteressados à grade de cursos profissionais que manteve. Desse modo, expandiu sua atuação, visando formar não só uma elite política, mas também uma elite intelectual. Já enquanto Faculdade, este anseio de promover políticas de formação cultural e profissional adentrou ainda mais no campo da educação com a criação do curso Normal Superior, que pretendia formar professores para o magistério secundário e normal primário. Os três momentos analisados em conjunto sustentam a interpretação dessa experiência como uma empreitada educacional do Instituto. A conquista da chancela do Estado para formar profissionais direcionados a áreas políticas e sociais estratégicas, como o funcionalismo público e o círculo intelectual e docente, resgataria a posição de prestígio do IHGB abalada pela instalação da República. Além disso, atrairia para o Instituto um considerável protagonismo sociopolítico no país, sendo um polo de construção de conhecimentos e irradiador de membros para o Estado e para outros meios de poder. Nesse sentido, esta tese visa contribuir para a análise do IHGB como um lugar de poder atuante no campo educacional, inserido nas disputas sociais concernentes a este âmbito no contexto republicano, assim como instância produtora de práticas de ensino e promotora de políticas culturais. Tendo o arcabouço teórico da História Cultural como referencial para a análise dos objetivos políticos e sociais, em disputas na construção de espaços e estruturas de ensino no período localizado, prosseguimos no estudo de fontes como o Regulamento da Faculdade, juntamente com seus programas, documentos administrativos e parlamentares.