Espaço-tempo das imagens: remontagens de saberes em transmigrações extemporâneas com a revista do instituto histórico e geográfico brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Corrêa, Laura Henrique
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-16122024-113845/
Resumo: Este estudo tem o objetivo de problematizar o uso das imagens para a formação dos saberes apresentando o pensamento do historiador da arte Abraham Moritz Warburg (1866-1929). A investigação parte de uma questão educacional de base histórico-filosófica: qual outra experiência, além da formação dos saberes estruturada com o século das luzes, poderia ser constituída? Por conseguinte, a hipótese sustenta-se no pressuposto de que existe um outro modo de pensar em coexistência com as práticas iluministas. A admissibilidade da formulação apoia-se em quatro proposições complementares. Primeira: as imagens quando consideradas em extemporaneidade e transmigratoriedade ampliam as possibilidades de formação dos saberes para além das práticas predominantes a partir da modernidade. Segunda: compondo fragmentos de espaços e tempos diferenciados, Warburg altera a estrutura habitual do modo de pensar, disponibilizando outras experiências com os saberes. Terceira: o sistema de orientação macro e micro construído a partir da biblioteca Warburg e de seu protótipo em imagens, o BilderAtlas Mnemosyne, desmonta a compartimentação disciplinar da formação dos saberes e seus sistemas estruturados. Quarta: a dinâmica das imagens na ótica invertida da renascença italiana de Warburg, aproximando pequenos detalhes, fragmentos escritos, acessórios, sobrevivências e paixões, engendra movimento e intensifica energias retornando os saberes ao gaio e inquieto. A formulação empírica desta pesquisa, inspirada no procedimento de remontagem realizado por Georges Didi-Huberman, desmontou a matriz da historiografia brasileira que faz circular saberes de diferentes espaços e tempos há quase dois séculos no Brasil, a Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, constelando cerca de 2.500 imagens para efetuar uma aproximação com a teoria warburguiana nesse arquivo. O escrito final reconta pequenas histórias com saberes e imagens remontadas por meio de uma outra experiência de pensamento. Esta investigação contribui para o campo da história e da filosofia da educação de duas formas: primeira, com a atualização da crítica aos sistemas de saberes justificada em seus riscos e potências constituintes e, segunda, apresenta concretamente um modo de pensamento disponível às experiências educacionais.