Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Zanini, Lara Franco |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-17082021-112646/
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Resumo: |
A coparentalidade pode ser definida como interjogo de papeis necessários aos cuidados com filhos e suas responsabilidades conjuntas, resultando em plano parental coeso. Nas famílias em que houve a dissolução marital, a coparentalidade pode ser operacionalizada a partir da guarda compartilhada, a qual é definida como responsabilização conjunta de cuidados e o exercício de direitos e deveres de ambos os pais que não residem sob o mesmo teto, esperando-se a divisão equilibrada no tempo de convívio com o(a) filho(a). Tal modalidade de guarda é considerada, pela área técnica jurídica, como a que melhor atende aos interesses das crianças e/ou adolescentes nos contextos em que não há vida comum entre os genitores, por ser considerada resposta mais eficaz à continuidade das relações com ambos os pais na família dissociada, o que favoreceria o desenvolvimento e a saúde mental dos filhos. Este trabalho teve por objetivo identificar e analisar indicadores relativos a organização familiar, coparentalidade, estilos parentais e características socioafetivas de genitores em exercício da guarda compartilhada, assim como caracterizar o comportamento infantil a partir da perspectiva parental. Foram realizados estudos de caso múltiplos com sete díades parentais (N=14), selecionados por conveniência a partir de processos instaurados em Vara da Família da Comarca de Ribeirão Preto, cujo desfecho foi a efetivação da guarda compartilhada há pelo menos um ano, com filhos entre cinco e 15 anos de idade. Os instrumentos utilizados foram: roteiro de identificação sociodemográfica; Critério de Classificação Econômica; Entrevista Semiestruturada; Inventário de Organização Familiar e Crenças Negativas; Inventário de Estilos Parentais; Questionário de Capacidades e Dificuldades Infantil (SDQ); Método de Rorschach (Escola de Paris) e Teste de Pirâmides Coloridas de Pfister, os quais foram aplicados e avaliados conforme seus respectivos manuais e princípios técnicos. Os dados foram inicialmente tratados de forma descritivo-interpretativa, seguindo-se análise integrativa de cada caso. Os resultados apontaram diferentes configurações familiares pós-divórcio, com organização familiar e residencial diversa, exercendo a coparentalidade de forma variada, identificando-se estilos cooperativos, outros descomprometidos ou conflituosos. Os estilos parentais mostraram-se adequados, com reduzidas crenças negativas e sinais de preservação na dinâmica afetiva e suficiente coordenação de impulsos pelos genitores. Consideraram a guarda compartilhada como positiva para os envolvidos, apesar de percalços em sua operacionalização e identificaram bons recursos pró-sociais no comportamento dos filhos. Os achados confirmaram evidências da literatura científica da área que, apesar de reduzida, sugere benefícios da guarda compartilhada após dissolução marital. No entanto, ressalta-se a possibilidade de respostas permeadas por efeitos da desejabilidade social, visto que houve dificuldade de acesso a voluntários para o estudo, sinalizando complexidade técnica e ética neste campo da guarda compartilhada, exigindo contínua investigação científica antes da preconização de padrões para exercício da coparentalidade em famílias após separação conjugal, cuidado essencial para embasar atuação profissional na área das perícias psicossociais em Vara de Família. |