Guarda e coparentalidade após o divórcio : a perspectiva das crianças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rodycz, Camila Bianca
Orientador(a): Wagner, Adriana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/219206
Resumo: A definição da guarda dos filhos após o divórcio dos pais é um problema que enseja muitas discussões, especialmente nas áreas da Psicologia e do Direito. Embora a Convenção sobre os Direitos das Crianças assegure a observância do melhor interesse das crianças e adolescentes nas decisões que as envolvam, não é o que comumente se observa. Mesmo na pesquisa científica, são poucos os estudos que dão voz às crianças. Assim, este trabalho constitui-se de uma pesquisa qualitativa exploratória descritiva, com o objetivo de investigar as percepções de crianças, de diferentes configurações familiares, sobre a guarda dos filhos de pais divorciados e a coparentalidade neste contexto. Como fundamento teórico, apoiamos-nos na Teoria Sistêmica e no Modelo de Estrutura Interna e Contexto Ecológico da Coparentalidade de Feinberg. Desta forma, a presente dissertação compõe-se de três artigos. O primeiro apresenta o percurso metodológico de desenvolvimento do instrumento de investigação utilizado na coleta de dados desta pesquisa. Os outros dois artigos foram produzidos a partir de um estudo qualitativo exploratório descritivo, em que foram realizadas entrevistas individuais com 26 crianças, de 7 a 10 anos, de famílias de diversas configurações e nível socioeconômico médio. O segundo artigo objetivou investigar as percepções das crianças sobre a guarda dos filhos após o divórcio dos pais. Já o terceiro visou a perspectiva das crianças sobre a coparentalidade neste contexto. São complexos os desafios de pesquisar com crianças, mas encontramos em seus relatos reiteradas demonstrações de que elas desejam ter seus interesses priorizados e suas vozes consideradas. Sobre a relação coparental, as crianças esperam que seja mantido o respeito entre os pais, e sugerem que os conflitos interparentais sejam resolvidos por meio do diálogo e da negociação. Também ressaltam a importância para os filhos de desfrutarem de oportunidades de interação com ambas as figuras coparentais. Neste sentido, compartilharam variadas sugestões de arranjos e formas de organização familiar, incluindo suas redes de apoio mais amplas, não se limitando ao debate que os adultos travam em relação à guarda compartilhada versus unilateral. Suas sugestões, preocupações e sentimentos contribuem para a compreensão da guarda e da coparentalidade no contexto do divórcio. Escutá-las, portanto, é efetivamente se aproximar do princípio do melhor interesse das crianças.