Economias de escala na produção de frangos de corte no Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Garcia, Luis Alberto Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-16112004-150759/
Resumo: A fim de atender uma demanda interna e externa crescente, a produção de frangos de corte, de excepcional desempenho no agronegócio brasileiro, tem se expandido, nos últimos anos, para outros estados do país além dos tradicionais produtores. Particularmente nos estados da região Centro-Oeste, importantes projetos avícolas foram implantados, incorporando-se novos produtores ao sistema. Observa-se que, alguns destes avicultores da nova fronteira possuem áreas de terra maiores e produzem em maior escala que os produtores da região tradicional. Justifica-se, assim, a investigação empírica para determinar o tamanho ótimo da atividade de produção de frangos de corte, a fim de inferir sobre a existência ou não de economias de escala no setor. Adicionalmente, procura-se avaliar a possibilidade dos pequenos produtores avícolas das regiões tradicionais serem afetados, diante da concorrência com a produção em grande escala do Centro-Oeste brasileiro. Neste sentido, o objetivo central do presente trabalho é o de estimar uma função de custo transcendental logarítmica (translog) para a atividade de produção de frangos de corte, por conseguinte, verificar a existência de economias de escala no setor. O referencial teórico do estudo é o da teoria microeconômica dos custos de produção e dualidade. Os dados utilizados para a análise são de corte transversal, obtidos a partir de pesquisa de campo, realizada de setembro a dezembro de 2002, em uma amostra de 229 (duzentos e vinte e nove) granjas produtoras de frango de corte dos principais estados produtores do País. O trabalho inclui, também, a caracterização sócio-econômica dos produtores de frango pesquisados. Conclui-se que a amostra representa bem as realidades regionais, com o predomínio de produtores com pequenas propriedades e menor capacidade produtiva no Sul do País e Minas Gerais e produtores com propriedades maiores e níveis de produção mais elevados nos estados do Centro-Oeste brasileiro. As estimativas de economias de escala obtidas para o modelo de custos translog apontam uma escala ótima de produção de aproximadamente 110 mil Kg de frango vivo, que poderia ser obtida em propriedades com 3.500m2 de aviário, aproximadamente. Os resultados sugerem a comprovação da hipótese que as economias de escala estejam determinando uma nova configuração para o setor de produção de frangos de corte no Brasil. Porém, o tamanho ótimo da exploração, obtido no trabalho empírico, é menor que o sugerido por algumas empresas de abate do setor. Estas propriedades, com produções superiores, estariam operando com deseconomias, o que poderia ocasionar uma certa pressão dos produtores por uma melhor remuneração da atividade por parte da agroindústria parceira. Além do mais, a própria estrutura da produção em parceira, implantada nos novos projetos do Centro-Oeste brasileiro, composta por um pequeno número de grandes produtores, expõe a agroindústria e fortalece os produtores quanto a negociações de preços. As evidências sugerem, também, a comprovação da hipótese de que algumas características da pequena produção podem minimizar a importância destas economias e, muito provavelmente, são determinantes para a manutenção da produção em pequena escala nas regiões produtoras tradicionais.