Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Chamma, Ana Letícia Sbitkowski |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-21052021-153058/
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Resumo: |
Encontrar soluções que conciliem a garantia da segurança alimentar e a sustentabilidade ambiental é um dos grandes desafios contemporâneos. O consumo de alimentos tende a crescer nas próximas décadas, especialmente os de origem animal, ao mesmo tempo em que as áreas disponíveis para a expansão agrícola ficam cada vez mais escassas. O principal objetivo deste trabalho é apresentar uma nova abordagem, mudando o foco do problema: ao invés da expansão de oferta de alimentos, verificar as possibilidades de reduzir os impactos através da demanda alimentar. No primeiro capítulo testou-se a real necessidade da expansão de áreas para produção de alimentos, a partir da dieta urbana. O uso da terra, pegada de carbono e hídrica foram analisados em oito cenários, que consideram diferentes níveis de produtividade e de perda de alimentos. No segundo capítulo a magnitude dos impactos gerados por diferentes dietas brasileiras e a importância na mudança de hábitos alimentares foi analisada. Para a dieta urbana, o uso de 292 Mha e 321 Mha são necessários para o cenário atual e futuro, respectivamente, somente para a produção de alimentos. Em cenários nos quais medidas de redução de perdas de alimentos e ganho de produtividade fossem adotadas, 53 Mt de carbono equivalente poderiam ser reduzidas e 43 trilhões de litros de água poderiam ser preservados no país anualmente. A dieta da região Centro-Oeste do país causa os maiores impactos, tanto no uso da terra quanto na emissão de gases e no uso da água, enquanto a dieta nordestina gera os menores danos ambientais. A redução no consumo de carne bovina nas dietas poderia, se amplamente adotada, reduzir a expansão de terras e gerar pegadas hídricas e de carbono muito menores. A tendência demonstra que quantidades cada vez maiores de carne bovina serão inseridas na dieta. A promoção de campanhas, que informem os consumidores acerca da importância de suas escolhas alimentares na mitigação das mudanças climáticas, deve ser incentivada. Mudanças não tão radicais na dieta seriam necessárias para que impactos significativos fossem observados. Se uma dieta equilibrada, composta pelo consumo de proteínas animais e vegetais fosse adotada pelos brasileiros, 809 Mha poderiam ser poupados, 1 bilhão de tonelada de carbono equivalente poderia deixar de ser emitida e 720 trilhões de litros de água poderiam ser economizados, comparados aos impactos de uma dieta composta apenas pelo consumo de produtos de origem bovina. A integração de medidas de intensificação na produtividade agropecuária e de redução na perda de alimentos aliadas a mudança de hábitos alimentares é uma alternativa potencial na mitigação de mudanças climáticas. |