Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Bastos, Amália Almeida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-05082024-161456/
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Resumo: |
Introdução: A adesão ao padrão da dieta mediterrânea (PDM) é fortemente reconhecida pelo seu papel na prevenção de doenças crônicas. A sua relevância, além de outras funções, tem sido atribuída ao seu desempenho anti-inflamatório. Uma alta adesão ao PDM pode atenuar vias de sinalização inflamatória envolvendo os sistemas nervoso, endócrino e imune, relacionadas ao desenvolvimento de transtornos mentais. Na literatura são descritas algumas propostas de análise baseadas nos índices de adesão ao PDM que se diferenciam quanto às suas estruturas e metodologias, e pouco se investiga sobre a concordância entre eles, especialmente em populações não-mediterrâneas. Os diferentes índices disponíveis são construídos a partir de diferentes abordagens com relação à população avaliada, o que pode resultar em achados significativamente diferentes. Objetivos: Avaliar e comparar cinco propostas de índices de adesão ao PDM; investigar a associação entre o PDM, inflamação sistêmica e os TMC entre adultos e idosos residentes no município de São Paulo. Métodos: Foram utilizados dados da população adulta e de idosos do Inquérito de Saúde de São Paulo de 2015 (ISA-Capital 2015), estudo transversal de base populacional. O Self Reporting Questionnaire-20 foi utilizado para identificar a presença de TMC. A adesão ao PDM foi avaliada a partir de cinco diferentes índices dietéticos (Mediterranean diet scale (MDS), Mediterranean diet Score (MedDietscore), Mediterranean dietary pattern (MDP), Mediterranean Adequacy Index (MAI) and Mediterranean-Style Dietary Pattern Score (MSDPS)), utilizando dados de consumo alimentar obtidos a partir de dois Recordatórios alimentares de 24 horas (R24h). Esses índices foram posteriormente comparados quanto à correlação e concordância entre seus resultados e a validade convergente de cada um foi testada por meio de análise fatorial confirmatória (AFC). O perfil inflamatório foi investigado por um Escore de inflamação sistêmica de baixo grau (LGSI score), construído com base nos níveis plasmáticos de biomarcadores pró e anti-inflamatórios de inflamação proteína C-reativa (PCR), fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), interleucina-10 (IL-10) e adiponectina). Inicialmente foi investigada a associação entre o índice de adesão ao PDM com melhor validade convergente e perfil inflamatório por meio de modelos (ajustados e não ajustados) de regressão linear. Em seguida, foram estimados os efeitos direto, indireto e total do PDM sobre os TMC, incluindo a inflamação sistêmica como variável mediadora. Foi adotado nível de significância de 5% (p < 0,05). Resultados: Manuscrito 1 - As maiores correlações foram encontradas entre os índices MDP e MAI (r = 076; IC 95% 0.74-0.79) e entre MDP e MDS (r = 0.72; IC 95% 0.69-0.75). As maiores concordâncias observadas foram moderadas, entre MDP v. MAI (κ = 0.57, P < 0.001) e MDP v. MDS (κ = 0.48, P < 0.001). A qualidade do ajuste do modelo que definiu o constructo do MedDietscore (RMSEA = 0.033, IC 90% 0.02-0.042; SRMR = 0.042) e MSDPS (RMSEA = 0.028, IC 90% 0.019- 0.037; SRMR = 0.031) apresentou valores aceitáveis para índices de ajuste absoluto. Leguminosas, azeite de oliva, relação MUFA:SFA e cereais integrais com leguminosas foram mais relevantes para caracterizar o PDM (cargas fatoriais ≥0·50). Manuscrito 2 - Somente nos idosos, a alta adesão ao PMM significou uma menor pontuação do LGSI de 11,5%. Idosos classificados com alta adesão ao PMM diferiram por consumirem menor consumo de carnes e laticínios integrais. Entre os idosos, a ingestão de vegetais e azeite esteve inversamente associada aos níveis de inflamação sistêmica. Manuscrito 3 - O maior efeito observado nos modelos testados foi o MDP sobre o LGSI em idosos. O PDM apresentou efeitos diretos (SC = -0,247; p = 0,001) e totais (SC = -0,315; p<0,001) negativos e médios sobre a inflamação sistêmica. O PDM também teve um efeito indireto pequeno e negativo sobre o nível de inflamação mediado pelo IMC (SC = -0,068; p = 0,017). O segundo maior efeito observado foi o efeito direto (pequeno e negativo) da adesão ao PMM sobre os TMC em idosos (SC = -0,182; p = 0,048). O efeito indireto do MDP sobre o TMC mediado pela inflamação não foi significativo (SC = 0,001; p = 0,948). O mesmo resultado foi encontrado em relação ao efeito direto da inflamação sistêmica sobre os TMC (SC = -0,007; p = 0,948). Quanto ao ajuste do modelo, os índices de ajuste indicaram o bom ajuste dos dois modelos (adultos e idosos). Conclusões: O presente estudo mostrou que seguindo as etapas metodológicas apresentadas, é possível identificar os índices mediterrâneos que melhor refletem o seu objetivo em avaliar a adesão ao padrão da dieta mediterrânea em populações não-mediterrâneas e dessa forma guiar os elementos desse padrão alimentar que podem ser encorajados para garantir o seu papel protetor sobre a saúde mental e o nível de inflamação sistêmica, especialmente em idosos. |