Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Rosmari Pereira de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-11022014-200300/
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Resumo: |
Neste trabalho, apresento uma pesquisa sobre identidades docentes em berçários desenvolvida em um Centro de Educação Infantil (CEI) na cidade de São Paulo. Inspirada em abordagens biográficas e num enfoque qualitativo, realizei um estudo empírico por meio de entrevistas, do qual participaram sete professoras e um professor de educação infantil, que atuavam com crianças de 0 a 2 anos de idade. Com base no histórico da instituição nas últimas décadas, destacando-se a passagem das creches (hoje CEIs) do âmbito de órgãos assistenciais para a Secretaria Municipal de Educação em 2001, e a partir da análise das narrativas das docentes e do docente, procurei identificar aspectos relevantes para a compreensão do processo de constituição de suas identidades profissionais diante das demandas do trabalho específico com bebês no contexto de uma rede pública de ensino. Buscando aproximar a abordagem dos estudos culturais ao campo da educação infantil, a investigação teve como pressupostos teóricos algumas concepções de Stuart Hall, Nestor Canclini, Michel Foucault, entre outros, para tecer relações entre identidade, cultura, gênero e poder, em um enfoque interdisciplinar. Os dados obtidos apontaram a existência de especificidades na prática docente em berçários, sobretudo as atividades envolvendo os cuidados dos bebês, que foram naturalizados como atributos femininos e que, hoje, não são valorizados em contextos escolares. Tendo em vista a divisão entre trabalho intelectual e trabalho manual que permeia a carreira do magistério e a sociedade de um modo geral, verifiquei que esse mesmo antagonismo se expressava nos embates sobre o enunciado cuidar e educar, um dos atuais paradigmas da educação infantil, e também nas relações de poder no âmbito da instituição. Assim, para justificar a sua permanência como docentes em berçários ou valorizar a sua profissão, os sujeitos encontravam diferentes estratégias identitárias, buscando ajustar a sua atividade concreta com os bebês às suas representações de um modelo ideal de docência. As análises indicaram também que o atendimento de bebês demandava a articulação de múltiplos aspectos (saberes passados de geração em geração, crenças, conhecimentos científicos, diretrizes pedagógicas etc.), evidenciando que as práticas nos berçários se desenvolviam a partir de um processo de hibridação de culturas, embora os discursos dos sujeitos assumissem formas binárias ao procurar ajustar as suas experiências ao enunciado cuidar e educar, numa oposição em que o cuidar associava-se a práticas do passado e o educar ao novo ideal de seu papel como docentes. Desse modo, a aproximação entre os estudos culturais e o campo da educação infantil contribuiu para que se evidenciassem os entre-lugares em que tais identidades docentes se constituíam, mostrando-se como um caminho a ser percorrido em futuras pesquisas sobre esse campo de atuação profissional. |