Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Rachel Freitas |
Orientador(a): |
Barbosa, Maria Carmen Silveira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/128900
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Resumo: |
A presente tese centrou-se na compreensão dos processos de socializ(ação) vividos por nove bebês, com quatro meses a um ano e meio de idade, e três educadoras em uma Escola de Educação Infantil do Rio Grande do Sul. Busquei, por meio de imagens, dar visibilidade aos processos de socializ(ação) vividos entre os bebês e adultos, e a forma com que os bebês participam desses processos na vida em coletividade. O estudo está situado no campo dos Estudos da Infância, o qual considera uma abordagem interdisciplinar. Nesse sentido, propus um diálogo entre a Sociologia da Infância (CORSARO, SARMENTO, FERREIRA, DELGADO, entre outros), a Sociologia à escala individual de Bernard Lahire, a Psicologia Cultural de Barbara Rogoff, bem como as considerações da Pedagogia da Infância (BARBOSA, RICHTER, FARIA, MUSSATTI, RINALDI, entre outros), em um viés que se justifica na complementaridade destas disciplinas. Logo, o termo "socializ(ação)" passou por um processo de recriação a partir deste diálogo, no sentido que enfatiza a "ação" dos indivíduos sobre a estrutura. Processo que se constitui a partir das inter(ações), nas quais tanto os bebês quanto os adultos se socializam. As seguintes questões emergiram dos estudos teóricos: Quais "teias" os bebês tecem? De que forma os bebês participam na sociedade? Se o indivíduo incorpora um quadro heterogêneo de disposições a partir das diversas formas de socialização, e faz uso de seu passado incorporado para agir nos diferentes contextos de ação, como ficam os bebês? Quando nasce, qual é o seu passado incorporado?Quais seriam as disposições incorporadas pelo bebê, uma vez que ele é um ser recém chegado no mundo? Que patrimônio de disposições o bebê se utiliza em seus contextos de ação? Na tentativa de apreender tais aspectos, utilizei-me dos princípios de uma pesquisa etnográfica com crianças (GRAUE e WALSH, 2003). Por fim, concluiu-se que os processos de socializ(ação) do bebê é resultado de suas rel(ações), observ(ações), particip(ações), e apropri(ações) dos seus contextos, através de sua "ação" social. As categorias de análise ressaltaram as ações dos adultos que buscam inserir os bebês na cultura, e as ações dos bebês entre eles e suas produções de cultura. Com relação às ações dos adultos constatou-se que suas ações estão diretamente articuladas ao momento histórico que a Educação infantil vive no país. Um momento marcado pelo rompimento das concepções assistencialistas de creche, pela intenção latente de escolarização, bem como a busca por formas específicas de Pedagogias para e com os bebês. Com relação às ações dos bebês evidenciou-se que eles se transformavam por meio da apropri(ação) de sua particip(ação) contínua nas atividades, que, por sua vez, contribuíam para as transformações em suas comunidades culturais. Portanto, a tese que se apresenta evidenciou que o bebê plural é produto das experiências de suas socializ(ações) em contextos sociais múltiplos, e produto de sua ação sobre si mesmo. Os bebês são ativos no processo de configuração dos seus mundos sociais, sobretudo na Educação Infantil, participando na construção e transmissão de valores, normas e regras, através de suas inter(ações), com os adultos e entre eles, visando regular a ordem social em que se situam, um processo de apropri(ação) e transform(ação). |