Educação em disputa: tessituras comuns entre escolas públicas periféricas da Região Metropolitana de São Paulo e de Île-de-France frente aos avanços neoliberais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Nedel, Miranda Zamberlan
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-23112020-201517/
Resumo: Realiza-se um estudo a respeito da concretização das políticas públicas de educação em regiões metropolitanas periféricas em dois contextos distintos, porém interrelacionáveis: Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) (Brasil) e Île-de-France (França), a partir do entendimento de que a escola pública nas periferias explicita a condição limítrofe em que se encontra a educação, entre direito e mercadoria. Escolas e seus espaços constituem os casos a serem estudados, sendo quatro estudos de caso da RMSP (dois produzidos pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação, FDE, e dois Centros Educacionais Unificados, CEU, em São Paulo) e dois estudos de caso em Île-de-France (um produzido pela Société d\'Aménagement et dÉquipement de la Région Parisienne, SAERP atual Île-de-France Construction Durable e outro resultante do Plan Exceptionnel dInvestissement pour les collégiens de Seine-Saint-Denis, PEI). O recorte inicial do estudo fixa-se em 2003, com distintas expressões nos dois países: na RMSP demarca a fecundidade da produção escolar pública de caráter universal, democrático e social, devido à produção dos CEU e renovada produção da FDE, a partir de alterações realizadas por parte da Secretaria de Estado da Educação; já em Île-de-France demarca um conjunto de manifestações populares relativas à educação nacional e a publicação do livro de Christian Laval, L\'école n\'est pas une entreprise, expressão da identificação do avanço neoliberal no sistema educacional público francês, visto que representativo de uma inversão da preponderância da dimensão social da escola em relação à dimensão econômica. A pesquisa desenvolve-se nas seguintes escalas de análise: entre projetos arquitetônicos e apropriações reais, entre concepções pedagógicas e arquitetônicas de políticas públicas distintas e entre escolas de periferias metropolitanas de São Paulo e Île-de-France, a partir do pressuposto comum do avanço da concepção neoliberal mercadológica e, também, privatizante no campo das políticas públicas de educação. Por meio dos estudos de caso problematiza-se o papel social da arquitetura escolar frente às transformações na educação nos recortes estudados e, de modo ampliado, face ao que se infere constituir um projeto neoliberal de educação mundial, para o qual concorrem as influências de importantes organizações supranacionais. O entendimento da escola como agente de construção de cidade e geração de territorialidades ilumina o trabalho, de modo a analisar, no conjunto de escolas representativas de políticas distintas, os processos de produção de territorialidades acionados, renovados e esvaziados pelas políticas públicas educacionais e pela interferência da dimensão pública nessas políticas, verificando os diálogos e relações entre política educacional, ensino, espaço arquitetônico e cidade.