Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Mantovani, Rafael Leite |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-15072015-145404/
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Resumo: |
Este trabalho analisa as mudanças na forma de administrar a saúde pública na cidade de São Paulo no início do século XIX, momento em que se iniciava a preocupação pública com o prolongamento da vida e saúde da população para o crescimento econômico dos países da Europa e América. No Brasil, também nessa época, a administração colonial se transformou em administração local, devido à independência. Em São Paulo, a preocupação com a saúde pública foi traduzida, na prática, como a necessidade de aformoseamento da cidade (proibição de despejos, limpeza de ruas), dessecamento de pântanos, extermínio de formigas e também vacinação contra a varíola. Tal medicalização da cidade se iniciou entre 1819 e 1822, período em que se passou a exigir a limpeza constante do espaço público, e não mais apenas nas ocasiões das festividades religiosas e políticas. Essa medida passava a assumir uma feição utilitária de cuidado com a saúde e não mais apenas uma demonstração de nobreza. À exceção da profilaxia contra a varíola, a administração local teve como meta garantir a saúde dos grupos economicamente superiores da cidade, uma vez que a manutenção da salubridade do local era realizada com a utilização do trabalho de grupos sociais que deveriam passar pelos locais de maior contágio da cidade: a cadeia e a senzala. Tanto os escravos quanto os presos eram usados como mão de obra de limpeza do espaço urbano, conserto de ruas e dessecamento de pântanos. A vida desses grupos era curta, uma vez que somavam-se lepra, varíola e sarampo (doenças sempre presentes na cadeia) ao trabalho forçado e às condições de subnutrição impostas pelo cativeiro aos escravos e falta de alimentação aos presos. Entretanto, era por meio da circulação de homens sob essas circunstâncias que se assegurava a saúde pública em São Paulo, ou seja, era por meio do sacrifício de determinados grupos que se buscava a salubridade da atmosfera, vista como fator imprescindível para a manutenção da vida. Portanto, tratou-se de uma ideia de sanitarismo bastante distinta daquela esboçada pelos primeiros sanitaristas franceses, cujo principal objetivo era assegurar o prolongamento da vida da classe trabalhadora. |