Determinantes sociais e estruturais do processo saúde-doença: uma revisão de escopo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Galvão, Anna Larice Meneses
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-03102019-153457/
Resumo: INTRODUÇÃO: O processo saúde-doença está intrinsecamente conectado com as condições concretas de vida e com as diversas realidades sociais, acarretando o forte vínculo entre a situação de saúde e os fatores históricos, sociais, econômicos, culturais e biológicos. A formulação sobre Determinantes Sociais da Saúde (DSS) busca ampliar o enfoque sobre as condições de vida e bem-estar, salientando a distribuição de renda, as condições de vida e trabalho, as redes de suporte social, entre outros, como fatores que afetam a qualidade de vida. Os DSS buscam, assim, evitar a análise fragmentada, englobando a concepção de Determinantes Estruturais. Estes procuram compreender as condições de distribuição de riqueza, poder e prestígio na origem dos problemas de saúde. Assim, a estrutura de classes sociais, a distribuição de renda e o preconceito de gênero e raça são considerados na proposição de políticas de saúde. OBJETIVO: Sistematizar o conhecimento a respeito dos DSS e seus componentes Estruturais e Intermediários, segundo o potencial para contribuir na elaboração de políticas sociais e de saúde. MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa de revisão de escopo (Scoping Review), metodologia que amplia e aprofunda o mapeamento e a síntese do conhecimento. As etapas foram: identificação da questão de pesquisa e dos estudos relevantes; seleção dos estudos; extração de dados; separação, sumarização, relatório e comunicação dos resultados. Foram pesquisadas as seguintes bases de dados eletrônicas: Web of Science, CINAHL, Scopus, LILACS e Pub-Med, que engloba o MEDLINE. Adicionalmente, foi realizado levantamento específico nas revistas: International Journal of Epidemiology, Journal of Epidemiology and Community Health, American Journal of Public Health e American Journal of Epidemiology. RESULTADOS: Após a retirada das duplicatas, foram localizados 752 artigos; e após a triagem, 19 artigos foram analisados em profundidade. Dentre os países nos quais as pesquisas selecionadas foram desenvolvidas, destacaram-se Estados Unidos e Inglaterra com seis e quatro publicações respectivamente (31,6% e 21%) seguidos de três publicações no Canadá (15,7%), duas no Brasil (10,5%), duas na Nova Zelândia (10,5%), duas na Austrália (10,5%) e uma no México (5,2%). As discussões sobre os Determinantes Estruturais da saúde são mais recentes. A análise permitiu tratar das diferenças entre termos comumente utilizados, como desigualdade, disparidade e iniquidade. Os marcadores sociais da diferença mais problematizados na formulação dos DSS Estruturais foram: racismo gênero, classe social e situação migratória. Por serem os marcadores sociais mutuamente construídos, a perspectiva teórica da interseccionalidade foi apresentada como recurso metodológico para entender suas inter-relações. CONCLUSÃO: Foi possível identificar neste trabalho uma agenda síntese que perpassa ações na área econômica, propondo a redistribuição da riqueza; políticas públicas intersetoriais e mudanças no arcabouço jurídico, destacando que os determinantes sociais são mais bem compreendidos quando se reconhece a dialética entre contextos específicos e os macrodeterminantes políticos e econômicos, identificando os diferentes significados e consequências para a saúde