Impacto do isolamento social na saúde física e psíquica de adolescentes com condições crônicas imunossupressoras/imunomediadas preexistentes durante o enfrentamento da COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lima, Livia Maria Lindoso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-24082023-123326/
Resumo: INTRODUÇÃO: Durante o ano de 2020, o mundo vivenciou uma crise sanitária global devido a COVID-19. Nesse período medidas sanitárias, incluindo a quarentena para conter a propagação viral foram instituídas. Dentre essas medidas estavam o uso de máscara, distanciamento e isolamento social. A conexão social é primordial para o desenvolvimento adequado das funções psicossocial durante a adolescência. Dessa forma, a quarentena teve um efeito potencialmente negativo na saúde física e mental. Não há estudos sistematizados avaliando o impacto do isolamento social/quarentena na saúde física e psíquica de adolescentes com condições crônicas. OBJETIVOS: Comparar e correlacionar indicadores de saúde física e mental em adolescentes com condições crônicas e adolescentes saudáveis durante a quarentena da COVID-19. MÉTODOS: Estudo transversal analítico, que incluiu 355 adolescentes com condições crônicas e 111 adolescentes saudáveis entre 10 a 18 anos. Foram aplicados dois questionários online no período julho a setembro de 2020. O primeiro destes foi criado pela equipe médica do Instituto da Criança e do Adolescente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para investigar características sociodemográficas, rotina de saúde e o impacto da quarentena na saúde física e mental. O segundo foi a versão autorrelatada e validada para língua e cultura brasileira do Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ) para avaliar a saúde mental dos adolescentes. RESULTADOS: A mediana de idade em anos [14 (10-18) vs. 15 (10-18), p = 0,733] e frequências do sexo feminino (61% vs. 60%, p = 0,970) foram semelhantes entre adolescentes com condições crônicas e adolescentes saudáveis durante a quarentena da pandemia de COVID-19. As frequências de escore total de dificuldades anormais do SDQ foram semelhantes em pacientes e controles (30% vs. 31%, p = 0,775). A análise de regressão logística mostrou que sexo feminino (OR = 1,965; IC 95% = 1,091-3,541) e medo da atividade/complicação da doença de base (OR = 1,009; IC 95% = 1,001-1,018) foram associados à disfunção psicossocial em adolescentes com condições crônicas, enquanto tarefa de casa escolar (OR = 0,449; IC 95% = 0,206-0,981) e atividade física (OR = 0,990; IC 95% = 0,981-0,999) foram fatores de proteção. A análise mais aprofundada de pacientes com condições crônicas e diagnóstico prévio de transtornos mentais (9%) mostrou maior mediana do escore total de dificuldades total, emocional, conduta, problemas interpares e hiperatividade (p < 0,050) em comparação com pacientes sem diagnóstico. CONCLUSÕES: Esse estudo demonstrou que a atual pandemia e as restrições subsequentes impactaram negativamente tanto a saúde mental de adolescentes com condições crônicas como os saudáveis. Dessa forma, é importante o sistema de saúde garantir a continuidade dos adolescentes com condições crônicas de forma regular e iniciar programas voltados para a saúde mental de adolescentes saudáveis durante a pandemia