Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Antunes, Rosana Saint'Clair Correia Aires |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23154/tde-30042019-162744/
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Resumo: |
O transplante renal (TX) é considerado atualmente o tratamento de primeira escolha para DRC (doença renal crônica) terminal, pois proporciona maior sobrevida e boa qualidade de vida ao paciente (Gondim et al., 2009). Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil possui um dos maiores programas públicos de transplantes de órgãos e tecidos do mundo e é o segundo país com maior número absoluto de transplantes, atrás apenas dos Estados Unidos (Brasil, 2017). O objetivo desse estudo transversal observacional foi conhecer as alterações e lesões orofaciais de receptores de transplante renal, transplantados em um centro de transplante renal na cidade de São Paulo, e analisá-las em função da doença de base que levou ao transplante, tipo de transplante, tempo decorrido do transplante e esquema imunossupressor usado. Além disso, identificamos a incidência de queixas e complicações bucais e odontogênicas após o transplante renal e o impacto da realização de preparo odontológico prévio ao transplante renal na ocorrência dessas complicações. Examinamos 317 adultos receptores de transplante renal, que compuseram o grupo de estudo (GE) e 100 indivíduos não transplantados renais, acompanhantes dos transplantados renais que constituíram o grupo controle (GC). O mesmo pesquisador coletou dados demográficos, história médica e história odontológica e realizou o exame físico. O índice CPOD, o índice ICP e a presença de lesões bucais de tecido mole também foram coletados. A idade média dos participantes do GE foi de 45,6 anos de idade, 165 (52,1%) eram do sexo feminino e a maioria (272/317;85,8%) havia sido transplantada há mais de 6 meses, com rins majoritariamente recebidos de doadores falecidos (241/317;76,0%). O esquema imunossupressor mais utilizado foi aquele que incluía tacrolimus, micofenolato de sódio e prednisona (150/317;47,3%). O grupo de estudo exibiu mais lesões de tecido mole que o grupo controle (20,8% X 9%), sendo a candidíase eritematosa a lesão mais frequente (21/317), seguida das úlceras (8/317), candidíase pseudomembranosa (7/317), herpes simples recorrente (5/317), queilite angular (4/317) e hiperplasia gengival medicamentosa (2/317). Queixas e complicações bucais após o transplante foram relatadas por 34 sujeitos do grupo de estudo sendo as mais frequentes o relato de \"aftas\", relatada por 18 deles. Onze participantes do grupo de estudo relataram complicações odontogênicas sendo 5 casos de gengivite, 3 de pericoronarite, 2 casos de odontalgia e 1 de sensibilidade dentinária. Dentre os 317, 54 participantes realizaram preparo odontológico prévio ao transplante renal e não houve associação entre a realização desse preparo e o relato de ocorrência de queixas e complicações bucais após o transplante. Nossos resultados permitiram nos concluir que alterações mais comuns no grupo de estudo foram a xerostomia, aumento bilateral de parótida e candidíase. As ulcerações de mucosa em receptores de transplante renal estiveram associadas ao uso do everolimus. Ao passo que lesão de cárie, mobilidade dentária e retração gengival foram associados a maior tempo decorrido do transplante. A realização de preparo odontológico pré transplante não influenciou na ocorrência de complicações bucais e odontológicas após o transplante e nem na internação por complicação bucal. |