Avaliação do potencial das formigas como vetores mecâncios de micobactérias em hospital especializado na assistência de pacientes de tuberculose no Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Couceiro, Ana Paula Macedo Ruggiero
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-23052012-094326/
Resumo: Introdução - A urbanização desencadeia inúmeros transtornos, como a disseminação de artrópodes e, conseqüentemente, de doenças veiculadas pelos mesmos. As formigas são muito adaptáveis e se beneficiam com a convivência humana. Nos hospitais, elas podem ser vetores mecânicos de inúmeras bactérias, e a diversidade de espécies encontradas nestes ambientes, causam preocupação pelo risco potencial à saúde pública. O aumento das infecções hospitalares envolvendo micobactérias ambientais, com surtos no Brasil entre 1998 a 2009 em 23 estados alarmou os órgãos e profissionais de saúde pública. Objetivos - Avaliar o potencial de formigas como vetores de micobactérias em um hospital especializado no atendimento de doentes com tuberculose. Métodos - Foram realizadas seis coletas de formigas em diferentes áreas do hospital no período de 2009 a 2010, que foram semeadas em meios de cultura de Löwenstein-Jensen e de Stonebrink para isolamento de micobactérias. As culturas sugestivas foram submetidas à coloração de Ziehl-Neelsen para bacilos álcool-ácido resistentes e identificação por métodos moleculares (PRA para o gene hsp65 com o par de primers TB11 e TB12 gênero-específico e sequenciamento genético do DNA). Resultados - Do total de 247 amostras de formigas coletadas e semeadas, 70 por cento das formigas pertenciam à espécie Tapinoma melanocephalum, 25 por cento a espécie Dorymyrmex sp., 3 por cento a espécie Camponotus sp. e 2 por cento a espécie Pheidole sp., dados similares foram observados anteriormente em pesquisas realizadas em hospitais. Quinze amostras apresentaram bacilos álcool-ácido resistentes de crescimento rápido. Nos métodos moleculares, doze pertenciam ao Gênero Mycobacterium. No PRA-hsp 65, e no sequenciamento genético do DNA, quatro amostras foram identificadas quanto à espécie (duas Mycobacterium chelonae, uma Mycobacterium parafortuitum e uma Mycobacterium murale), quatro micobactérias com resultados idênticos no PRA e não identificadas no sequenciamento foram sugestivas de uma nova espécie, e duas amostras não foram identificadas. Mycobacterium chelonae isolada nesta pesquisa foi previamente descrita como agente causador de abscessos em humanos. Conclusão - Estes dados confirmam a presença de micobactérias veiculadas por formigas no ambiente hospitalar, representando um potencial vetor mecânico destas para pacientes e profissionais de saúde, principalmente em infecções nosocomiais