Criatividade e cognição inventiva no primeiro ano do Ensino Fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Giannetti, Sergio Alexandre Lemos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-25072016-150233/
Resumo: A presente pesquisa teve como objetivo verificar a ocorrência de criatividade, ou de aprendizagem por cognição inventiva, em alunos de uma sala de aula do primeiro ano do ensino fundamental I de uma escola pública estadual de uma cidade do interior paulista. Adotando uma metodologia de caráter qualitativo etnográfico, foi realizada uma entrevista com a professora e observações em sua sala de aula, durante todo o ano letivo, nas quais buscou-se descrever e analisar o desenrolar processual das atividades. A partir de Análise de Conteúdo, as atividades foram organizadas em categorias, classes de categoria e temas. Foram encontrados três grandes temas: Atividades Didático-Pedagógicas, Disciplina e Controle e Outras Atividades. No primeiro tema, foram reunidas todas as atividades em que se tentou ensinar alguma habilidade escolar ou passar algum conteúdo de cunho acadêmico, não importando a disciplina na qual a atividade estava inserida; no segundo tema, foram inseridas as atividades de controle de comportamento, aprendizado e de frequência e; por fim, no terceiro, foram inseridas as atividades que não se enquadraram nos temas anteriores, mas que de certa forma auxiliaram no realização da aula ou em outras atividades da escola. O primeiro tema foi o que conteve mais atividades e no qual estas aconteceram com mais frequência. Tais dados permitiram verificar que nas práticas de ensino adotadas nesta sala de aula foi dado grande valor às atividades de cópia, sendo estas as mais frequentes de todas. Tal fato pode ter prejudicado a ocorrência de atividades que pudessem permitir a expressão de criatividade pelos alunos, a ponto de pouquíssimas terem sido consideradas como detentoras desta qualidade. Além disto, a forma da condução das atividades pode ter sido prejudicial à criatividade, pois grande parte foi feita rapidamente, sem aprofundamento no conteúdo e com as respostas dadas pela própria professora. Por fim, observou-se, com frequência, emoções negativas na grande maioria dos alunos e na professora, como raiva, medo, ansiedade e de atos de agressividade entre os alunos, em decorrência de desentendimentos, durante a realização das atividades, podendo estes serem também fatores negativos ao desenvolvimento da criatividade. É possível, então, concluir que houve poucas oportunidades para ocorrência de criatividade, possivelmente devido ao grande valor dado às atividades de cópia e à didática com a qual estas foram desenvolvidas, e, assim, dificuldade de bons encontros entre os alunos e o conhecimento, como é defendido nas orientações teóricas. Ainda, houve muito espaço para o aparecimento de sentimentos inadequados e desentendimentos, dificultando o aparecimento da criatividade.