Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Abilio, Carolina Cássia Conceição |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6139/tde-27092018-133023/
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Resumo: |
O uso da bicicleta na cidade de São Paulo para fins de deslocamento não é um fenômeno novo e muito menos trazido e/ou baseado sobre infraestrutura existente. Ciclistas enfrentam as ruas da cidade há mais de 10 anos, e tem tido influências crescentes na participação de políticas públicas de mobilidade que concernem a bicicleta. Contudo, fato é que a inclusão da bicicleta como peça-chave no desenho de políticas municipais durante os anos de 2012-2016 deu visibilidade acadêmica, social, econômica e cultural à bicicleta. Essa emersão deu margem à uma onda de novos ciclistas e impactou concretamente o cenário da bicicleta urbana na cidade. Essa pesquisa contemplou dois objetivos: o primeiro deles compreender como a bicicleta é utilizada pelos diversos atores sociais da cidade, e o impacto disso com relação à estilos de vida, sociabilidades, apropriação do espaço urbano, e o aspecto intrinsicamente corporal que tangencia essa experiência. O segundo objetivo foi a construção empírica diferenciada de um problema de pesquisa contemporâneo norteado pelo Paradigma das Novas Mobilidades e os Métodos Móveis, amparado no campo do conhecimento recente da Sociologia da Mobilidade. Ao contrário do discurso predominante relacionado à bicicleta, no qual se associa o \"novo\" modal à liberdade, simplicidade, economia, facilidade e praticidade, os resultados encontrados apontam que isso é apenas uma faceta da experiência vivida por ciclistas em uma cidade com alto índice de desigualdade como São Paulo, circunscrita a um grupo de ciclistas que circulam em determinados espaços sociais. Fazendo uso do conceito de motilidade surgido a partir de uma visão crítica pautada no Paradigma das Novas Mobilidades, é argumentado que embora a bicicleta tenha sido associada nos últimos anos com liberdade e direito à cidade por parte de seus usuários, em muitos casos a experiência que se tem da cidade sob essa perspectiva é agressiva, desconfortável, perigosa e nociva à saúde. A bicicleta é o instrumento único por meio da qual uma parcela empobrecida da população, moradora de regiões periféricas, é capaz de acessar trabalho, lazer, bens e serviços da cidade. Por outro lado, moradores de bairros centrais usufruem da maior porcentagem da infraestrutura cicloviária existente, e utilizam a bicicleta como mais uma modalidade de transporte em seu leque de opções. A pesquisa também possibilitou algumas inovações metodológicas, na forma de uma ferramenta desenvolvida para a coleta dos dados. Por fim, ao pensar no planejamento de uma política pública que concerne o Sistema de Mobilidade Urbana, é necessário pautar a bicicleta como sendo um mais um dispositivo inserido dentro de sistema coletivo de transportes que não abarcou a tempo o crescimento exponencial da cidade e de sua região metropolitana, tornando-o desconexo, obsoleto e à margem das necessidades cotidianas de seus usuários. Para que os benefícios da bicicleta possam impactar em grande escala a população da cidade, é essencial que ela seja pensada e planejada como um elemento na complexa rede de mobilidade da cidade de São Paulo - em meio a sistemas de transporte sobre trilhos, ônibus, automóveis particulares, e mobilidade a pé -, e não apenas como um dispositivo que margeia esse sistema. |