A ciência contábil e sua base de sustentação: uma discussão em torno dos fundamentos do conhecimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Cavalcante, Paulo Roberto Nóbrega
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-29042024-110715/
Resumo: Assim como que outros conhecimentos, a Contabilidade desenvolveu-se, ao longo da história, como resposta às necessidades de entendimento de aspectos relacionados com a realidade do homem neste mundo. De modo específico, o Conhecimento Contábil tem preocupação com o patrimônio (riqueza econômica). Dado o seu objeto de preocupação, historicamente a Contabilidade tem enfrentado desafios e, por consequência, buscado aprimoramento, à medida que sofrem modificações as relações sociais e econômicas que compõem o cenário dos países e do mundo. Isso ocorreu, por exemplo, ao longo da expansão do comércio, durante a revolução industrial e, mais recentemente, com a emergência da denominada sociedade do conhecimento. O desenvolvimento do conhecimento contábil nem sempre ocorreu em águas tranquilas, isto como decorrência do entendimento conceitual que se tem a respeito da riqueza. Entendê-la implica, entre outras exigências, na determinação de conceitos sobre os quais nenhum consenso existe como, por exemplo, o conceito de valor econômico. Para cumprir o papel que lhe compete, o conhecimento contábil necessita de um alicerce conceitual sobre o qual possa construir as explicações a respeito do seu objeto de preocupação, ou seja, informar a respeito da constituição e do desenvolvimento do patrimônio econômico da entidade contábil. Os princípios fundamentais da Contabilidade, desde meados do Século XX, têm sido utilizados como base para se construir a explicação contábil. Nesse mister os princípios cumprem um papel de relevância incomensurável. Apesar da sua importância, os princípios não estão imunes à críticas. Para responder a elas e, assim, não perderem a sua utilidade, necessitam ser aprimorados na mesma medida da mutação dos conceitos inerentes à riqueza. Cabe compreender que os princípios surgiram como uma tentativa do conhecimento em continuar a cumprir o seu papel, ou seja, ser útil no sentido de resolver problemas da humanidade. Desse modo, é possível defender a idéia de que os princípios devem, eles próprios, encontrar amparo nos fundamentos do conhecimento, já que os princípios não teriam qualquer sentido fora das fronteiras do conhecimento. A sociedade atual, excessivamente turbulenta nos campos social e econômico, traz como consequência para o conhecimento contábil uma necessidade de reexaminar o seu processo, de forma a poder alcançar uma explicação adequada a respeito do patrimônio das entidades. Nesse sentido, um dos caminhos possíveis é a busca de compreensão dos fundamentos do conhecimento. Discutir a Contabilidade como conhecimento e, mais propriamente, discutir os fundamentos do conhecimento contábil, com o enfoque aqui dado, representa a novidade que é apresentada pela presente tese. Cabe ressaltar que as inquietações vivenciadas nos campos econômico e social do mundo de hoje são bastante recentes para não permitir respostas definitivas ou, no mínimo, bem elaboradas que possam dirimi-las. Portanto, o presente trabalho é visto unicamente como mais um tijolo na construção da Contabilidade, para que continue a ser útil no âmbito dessa nova sociedade.