A inflexibilidade psicológica como mediadora da relação entre o perfeccionismo e procrastinação acadêmica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pinheiro, Mirelle Christina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-07082024-104301/
Resumo: O perfeccionismo é caracterizado pela luta por padrões exageradamente altos e por vezes irrealistas, acompanhados por autoavaliações excessivamente críticas. Um de seus desdobramentos prejudiciais é a procrastinação, caracterizada pelo atraso intencional e desnecessário na realização de tarefas, mesmo cientes das implicações negativas que isso acarreta no futuro, afetando tanto o desempenho acadêmico quanto a saúde mental. Tendo em vista o sofrimento emocional decorrente do perfeccionismo, e a procrastinação como uma forma de regulação emocional, questiona-se o papel de processos de inflexibilidade psicológica como preditores e mediadores da relação entre perfeccionismo e procrastinação acadêmica. O presente estudo possui um delineamento analítico, transversal e quantitativo, e tem como objetivo geral investigar as associações entre o perfeccionismo (esforços e preocupações perfeccionistas) e a procrastinação acadêmica, e como essas variáveis são mediadas pelos processos de evitação experiencial, fusão cognitiva e mindfulness provenientes do modelo de inflexibilidade psicológica da Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT). Participaram do estudo 403 acadêmicos (Média de idade = 26,7 anos; DP = 7,03), destes, 206 (51,1%) eram alunos de graduação, e 197 (48,9%) alunos de pós-graduação, de instituições públicas (n = 294; 73%) e privadas (n = 109; 27%), sendo a maior parte do sexo feminino (75,2%). Para a avaliação foram utilizados um questionário de identificação, Inventário Breve de Procrastinação Acadêmica, Acceptance and Action Questionnaire - II, Mindfull Attention Awareness Scale, Cognite Fusion Questionnaire, e a Escala Multidimensional de Perfeccionismo de Frost. Nas análises foram utilizadas a análise de correlação rho de Spearman, Análise de Regressão Linear Método Stepwise, e Modelagem por Equações Estruturais (MEE). Nos resultados, foram identificadas correlações de magnitude moderada entre as dimensões do perfeccionismo e as variáveis mindfulness, evitação experiencial e fusão cognitiva. Além disso, foram encontradas correlações de magnitude fraca entre procrastinação com perfeccionismo e as variáveis mindfulness, evitação experiencial e fusão cognitiva. Na análise de regressão linear método Stepwise, as dimensões do perfeccionismo, e as variáveis do modelo da ACT explicaram juntar 24% da variância na procrastinação. A análise de regressão método Stepwise auxiliou na identificação das variáveis significativas para integrar o modelo a ser testado na Modelagem por Equações Estruturais (MEE), e a evitação experiencial foi removida do modelo. Na MEE, apenas o mindfulness emergiu como um mediador significativo entre preocupações e esforços perfeccionistas com a procrastinação, desempenhando uma mediação parcial nessa relação. Esses resultados ressaltam a importância de levar em consideração o mindfulness, especialmente a capacidade de agir com consciência, em pesquisas e intervenções relacionadas ao perfeccionismo e à procrastinação.