Potencial de germoplasma de milho para a síntese de compostos com adaptação a solo ácido

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Morello, Camilo de Lelis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20200111-151320/
Resumo: Os solos ácidos constituem uma grande parte das áreas agrícolas no mundo. No Brasil, os solos sob vegetação de "cerrado" , de natureza ácida, correspondem a aproximadamente 150 milhões de hectares, representando aproximadamente 25 % da área agrícola total (EMBRAPA, 1978). A utilização dessas áreas para fins agrícolas, torna-se possível e economicamente viável, a partir da integração de práticas de manejo, como a aplicação de calcário e fosfato e o emprego de cultivares adaptados. Para o sucesso no desenvolvimento de cultivares com adaptação a solos ácidos, faz-se fundamental o emprego de germoplasma com variabilidade genética para adaptação à referida condição. O objetivo deste estudo foi identificar germoplasma de milho com adaptação ao complexo solo ácido e tolerância ao alumínio, e posteriormente verificar o potencial desse germoplasma para a síntese de compostos com adaptação a solo ácido. No ano agrícola 1997/98, cinco experimentos, compreendendo 158 variedades e 122 híbridos intervarietais, foram avaliados em condição de solo ácido, em Anhembi, SP. Nos experimentos 1, 2 e 3, foram selecionadas, em cada, as variedades com as maiores estimativas positivas de capacidade geral de combinação (CGC), para o caráter peso de espigas (PE). Nos experimentos 4 e 5, foram selecionadas as variedades com as maiores médias para o PE. Essas variedades foram empregadas na etapa seguinte do estudo, referente a avaliação para tolerância ao alumínio. No experimento 1. foram selecionadas as variedades TAITINGA TAIÚBA e WP 12, do Grupo [í], e as variedades CUPURICO DMR e TUXPENO AMARILLO, do Grupo [2]. As variedades PMI 8701 e BR 105, foram as selecionadas no experimento 2. No experimento 3, foram selecionadas as variedades CMS 53, CMS 28, CMS 54. CMS 4N, BR 111, SUWAN 2, PC 9405 e CMS 57NF. As variedades BA 115, BA 191, BA 176, SE 036, WP 32, PUEBLA GRUPO 27, AL 009, SIKALQ e MS 010, com as maiores médias de PE, foram as selcionadas no experimento 4, e no experimento 5, foram selecionadas as variedades CMS 39, CMS 463, [(CUBA 173 x 8 73) x BR 106], BS 16 x BR 105, [(CUBA 117 x 8 73) x SR 105], [(CUBA 117 x B 73) x SR 106], [(CUBA 110 x MO 17) x SR 105], ANTIGUA 3 x BR 106, IODENT x SR 106 e BS 29 x BR 106. As 34 variedades selecionadas quanto a adaptação a solo ácido, no mês julho de 1998, foram avaliadas em solução nutritiva contendo alumínio em nível tóxico, tomando- se o crescimento de radícula como variável. As amplitudes de valores de comprimento líquido de radícula (CL) foram de 6,36 cm a 13,44 cm. Esses valores em relação as tetemunhas telorante (DINA 766) e sensível (MITLA 9560) foram de 0,43 a 0,91 e 1,07 a 2,26, respectivamente. Destacaram-se as variedades TAITINGA, SIKALQ, TAIÚBA, SR 105 V, SUWAN 2. CMS 39, CMS 57NF, AL 009, CUPURICO DMR e CMS 53, em ordem decrescente de valores de CL. As dez variedades com maior crescimento de radícula em presença de alumínio, também verificadas quanto a adaptação a solo ácido, foram submetidas a cruzamento dialélico. Em 1998/99, no período de "safrinha", essas dez variedades e seus 45 híbridos foram avaliados em Anhembi, SP, em dois experimentos, correspondentes a dois níveis de acidez e disponibilidade de nutrientes. Em ambos os experimentos, efeitos significativos foram verificados nos caracteres altura da planta (AP), altura da espiga (AE), comprimento da espiga (CE), diâmetro da espiga (DE) e peso de grãos (PG). Para os caracteres de produção, os efeitos de interações entre efeitos de variedades x experimentos, efeitos de heterose x experimentos e efeitos de CGC x experimentos, foram não significativos, permitindo a análise e seleção de variedades considerando-se a média dos experimentos. Para o PG, as variedades CMS 39, CMS 57NF e SIKALQ destacaram-se por apresentarem os maiores efeitos de variedades. A variedade AL 009 foi a de maior efeito de heterose de variedade, porém apresentou o menor valor para efeito de variedade. As variedades SR 105 e CMS 39 apresentaram as maiores estimativas de CGC e o cruzamento TAITINGA x CMS 39 apresentou o maior efeito de heterose específica. De modo geral, para os caracteres AP e AE, as estimativas ocorreram com valores aceitáveis, não inviabilizando a utilização dessas variedades. Utilizando-se o índice li , para o PG, foram selecionadas as variedades CMS 39, BR 105 V, SIKALQ, CMS 57NF e TAITINGA para participarem das predições de compostos. As médias de compostos preditos, para o PG, foram entre 3,71 t/ha a 4,39 t/ha. O composto de tamanho k=2, a partir do cruzamento TAITINGA x CMS 39, obteve a maior média predita, com 4,39 t/ha. Entre os compostos de tamanho k=3, destacou-se o composto TAITINGA x SIKALQ x CMS 39, com 4,30 t/ha. A maior média predita para composto k=4 foi de 4,22 t/ha, com o composto TAITINGA x SIKALQ x CMS 39 x BR 105. O composto amplo, com k=5, envolvendo as cinco variedades, obteve média predita de 4, 13 t/ha.