Não é fita, é fato: tensões entre instrumento e objeto: um estudo sobre a utilização do cinema na educação.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cipolini, Arlete
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-12062008-144359/
Resumo: Este trabalho aborda a relação entre a escola e recursos audiovisuais utilizados por ela, destacando-se o cinema. Partimos da premissa de que apesar de as escolas estarem cada vez mais equipadas, a inserção do cinema no cotidiano escolar, efetivamente, não se realiza. A importância educativa do cinema, desde o início do século XX, foi reconhecida, e, nestes cem anos, a invenção que parecia não passar de uma brincadeira sem futuro, tornou-se a grande indústria do entretenimento, e reconhecidamente, a Sétima Arte. Com o avanço tecnológico e o aperfeiçoamento dos equipamentos audiovisuais, hoje, a grande maioria da população tem acesso às grandes produções cinematográficas através de fitas de vídeo cassete e DVD. Tal crescimento parece ser ignorado pela educação escolar, e o que podemos notar é que as administrações públicas divulgam largamente o fato de equiparem as escolas para a reprodução de filmes, mas sem uma preocupação paralela de formação e capacitação dos professores para tal empreendimento. Além da pesquisa bibliográfica sobre as possíveis intersecções entre cinema e educação, adotamos como metodologia de trabalho a pesquisa empírica em Escolas Públicas de Ensino Médio do Estado de São Paulo, localizadas na capital, através de questionários sobre os equipamentos que as escolas possuem e de entrevistas com professores sobre sua formação, formas de utilização e resultados obtidos. Este trabalho também tece reflexões sobre a importância histórica da linguagem do cinema e o de seu caráter de conhecimento historicamente acumulado a ser transmitido pela escola aos que a ela chegam. As hipóteses deste projeto de que (1) a linguagem do cinema além de ser um instrumento pedagógico (recurso didático), também é um objeto de conhecimento que possibilita a percepção da realidade mais ampla, e (2) de que os cursos de formação de professores não preparam o professor para uma adequada utilização deste recurso e para a apropriação desta linguagem, foram, durante a trajetória teórica e empírica, confirmadas, levando-nos à conclusão de que a escola ainda faz uma utilização fragmentada, inadequada e incipiente das novas linguagens, tecnologias e saberes; obtendo, consequentemente, resultados muito aquém dos que poderia atingir através de uma apropriação efetiva dessas linguagens, tecnologias e saberes.