Subsídios sedimentológicos e geomorfologicos ao zoneamento geoambiental da folha Recife (PE) (SC.25-V-AIII)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1995
Autor(a) principal: Pedrosa, Fábio José de Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44136/tde-28092015-152503/
Resumo: A área em estudo situa-se na porção central da costa de Pernambuco, abrangendo grande parte da Região Metropolitana do Recife, a qual é ocupada por cerca de 40% da população do estado. A maior parte da área está ocupada pelas bacias cretáceas do Cabo e Pernambuco-Paraíba (Sub-Bacia Olinda), ambas com suas histórias evolutivas intimamente associadas à Reativação Sul-Atlântica. O Lineamento Pernambuco é uma grande estrutura de direção E-W, que limita as duas bacias. A Bacia Cabo, situada a sul deste lineamento, apresenta grandes semelhanças litológicas e estruturais com a Bacia Sergipe-Alagoas, possuindo, ainda, uma importante ocorrência magmática, a Formação Ipojuca, representada pelos vulcanitos e pelo granito da região do Cabo Santo Agostinho. A Bacia Pernambuco-Paraíba, por sua vez, está localizada a norte do Lineamento Pernambuco, apresentando um caráter homoclinal, que se estende até o Rio Grande do Norte. Uma expressiva sedimentação quaternária é observada na área, principalmente no grande anfiteatro onde se localiza a cidade do Recife, associada a importantes flutuações do nível do mar ocorridas desde o Pleistoceno. O Zoneamento Geoambiental proposto para a Folha Recife, tomou como base as unidades geológicos-geomorfológicas observadas na área, em função de suas dinâmicas distintas. Desta forma, foram identificadas em Recife três áreas de características distintas: Áreas de Desenvolvimento, Conservação e Preservação. Esta classificação é baseada no conceito de capacidade de suporte (carrying capacity), que é o limite da quantidade de vida que um habitat específico é capaz de suportar, ou o potencial de ocupação de um ambiente. Os graves problemas geoambientais existentes na Folha Recife são devidos principalmente às características físicas da área, constituída essencialmente por uma planície costeira predominantemente arenosa, circundada por formações sedimentares pré-quaternárias. A expansão urbana desordenada, principalmente dos últimos 30 anos, têm agravado substancialmente os problemas existentes, tais como, escorregamentos de encostas, subsidência da planície onde se localiza a cidade do Recife, poluição e salinização de aqüíferos, inundações, além de processos erosivos. A erosão marinha constitui atualmente o maior problema geoambiental da Região Metropolitana do Recife, que apresenta diversas praias atingidas pelo avanço do mar, devido a causas naturais e, principalmente, antrópicas. Desta forma, foi realizado um estudo na Praia da Boa viagem visando identificar as causas da erosão, além de indicar à Prefeitura da Cidade do Recife as obras mais adequadas de proteção daquele trecho do litoral. O estudo revelou que houve um recuo de aproximadamente 20 m entre 1974 e 1995, acelerado a partir de 1983, devido à intensificação das atividades antrópicas na Praia da Boa Viagem. O perfil praial estudado não apresenta os três setores que caracterizam um perfil bem desenvolvido. A pós-praia, juntamente com o estirâncio, está rebaixada e sob intenso processo erosivo. A praia apresenta um caráter intermediário, levemente reflexivo, com tendência erosiva. Através dos grupos de perfis topográficos realizados, observa-se uma redução significativa dos volumes de sedimentos, atingindo 578,46 m³ no grupo 2. O transporte longitudinal de sedimentos é preferencialmente S-N, durante o inverno, enquanto no verão ocorre no sentido N-S. A capacidade de transporte de sedimentos no sentido N-S é da ordem de 15000m³/ano. Para a proteção do trecho estudado, foram propostas duas opções: restauração da praia com reposição de areia, juntamente com a construção de quatro quebra-mares.