Migrar e adoecer: os italianos na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (1875-1890)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rodrigues, Carolina Wendling
Orientador(a): Vendrame, Maíra Ines
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/12647
Resumo: O objetivo principal desta dissertação é analisar o uso que os imigrantes italianos faziam da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, as condições em que buscavam atendimento, as doenças que apresentavam e como se dava o acesso a essa instituição entre 1875 e 1890. A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, fundada em 1803, testemunhou diversas fases históricas do Rio Grande do Sul, incluindo o crescimento da cidade de Porto Alegre. Em meio a esse processo, destacamos a chegada dos imigrantes italianos no final do século XIX. Os registros dos enfermos da Santa Casa na década de 1870 revelam a presença de italianos recém-chegados à província em busca dessa instituição de caridade. Nas décadas seguintes, os italianos continuaram a recorrer a ela. Nossa hipótese sustenta que o perfil desses imigrantes e as doenças dos recém-chegados mudaram ao longo dos anos. Para responder a essas questões, utilizamos o Livro de Matrícula Geral dos Enfermos da Santa Casa como fonte, a fim de compreender os trajetos percorridos por esses imigrantes e como o governo lidava com as questões de saúde e assistência a eles. Além disso, recorremos a fontes como relatórios do presidente da província, ofícios e correspondências emitidos por diversos órgãos, como a Inspetoria Geral de Terras e Colonização. A partir do levantamento das fontes, com inspiração na micro-história italiana, utilizamos o método quantitativo e qualitativo. Observamos que, com o aumento dos fluxos migratórios, o Império Brasileiro intensificou a inspeção sanitária em todo o país, providenciando locais para receber e isolar os imigrantes, como hospedarias, hospitais marítimos e lazaretos. Na província do Rio Grande do Sul, alguns desses locais funcionavam de forma temporária. Como resultado, a Santa Casa recebia pagamentos do governo provincial para tratar as doenças dos imigrantes e também para abrigá-los. Nesse sentido, constatamos que a instituição era utilizada por imigrantes tanto doentes quanto não doentes, revelando diferentes propósitos daqueles que não tinham recursos para custear tratamentos ou hospedagem.