A moçambicidade audiovisual: entre os vestígios do Kuxa-Kanema e os construtos televisivos das emissoras TVM, Miramar e STV de Moçambique

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Muchisse, Fulgêncio Francisco
Orientador(a): Fischer, Gustavo Daudt
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação
Departamento: Escola da Indústria Criativa
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/9769
Resumo: A presente tese trata de como ocorreu a construção da Moçambicidade Audiovisual a partir das atividades desenvolvidas pelo cinejornal Kuxa-Kanema e, posteriormente, por meio dos canais de televisão do país, destacando-se a TVM, STV e TV Miramar, no período de 1976 ao primeiro semestre de 2020. A comunicação audiovisual/tecnocultural é vista como importante na construção e promoção de dinâmicas que visam a emponderar a sociedade em busca de uma identidade própria, neste caso a Moçambicidade Audiovisual. Diante disso, governo moçambicano liderado pelo partido FRELIMO, vendo a importância da mídia audiovisual, criou primeiro o cinejornal Kuxa-Kanema e, a seguir, a TVM. Anos depois, com a implementação da democracia no país, foi promulgada a Lei Nº 18/91 – Lei de Imprensa, que permitia liberdade de comunicação e a criação de meios de comunicação privados, a exemplo da TV Miramar e da STV. Destacamos os dois canais porque a par da TVM são os que têm maior cobertura nacional. Sendo a construção da Moçambicidade Audiovisual um processo identitário do “Homem Novo”, uma necessidade da nova nação independente, ancorou-se nas mídias tecnoculturais acima mencionados, a partir de um processo de transição do desenvolvimento dos diversos meios e, com foco nos audiovisuais, a fim de buscar imagens de memórias e lembranças do Kuxa-Kanema, perpassando pelos gêneros e programas televisivos dos três canais, que também contribuíram para essa construção. O uso da mídia tecnocultural televisa suscitou respostas às seguintes questões: Como a Moçambicidade Audiovisual se constrói a partir dos canais de televisão TVM, STV e Miramar? Como a memória audiovisual da Moçambicidade Audiovisual é atualizada pela televisão moçambicana? Buscar respostas para essas questões foi o principal objetivo desta tese, tomando as teorias inerentes à Tecnocultura, Televisão/Televisualidades, Imagem, Imaginário e Memória. O universo da pesquisa constituiu-se de análises dos gêneros/programas e das respectivas grades de programação dos canais TVM, STV e TV Miramar e, da observação das imagens como memória/lembrança do Kuxa-Kanema. Tais elementos foram usados como estratégias construtoras e mobilizadoras à Moçambicidade Audiovisual. Para responder às questões e atingir os objetivos da pesquisa, que se enquadra na área das Ciências da Comunicação, recorreu-se ao uso aglutinado de metodologias sendo elas, o método arqueológico da mídia, método da intuição, a cartografia, o rastro e, o método das molduras/dessecações bem como o das constelações. Alguns resultados desta pesquisa revelam que os canais de televisão não são tão abrangentes na construção da Moçambicidade Audiovisual e, são de certa forma, influenciados pelo sistema político.