Escritas de mulheres quilombolas : palavras germinantes em cartas mocambeiras, redigidas por lideranças femininas do Quilombo da Mocambo, Porto Alegre (RS)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Espíndola, Daniela Rodrigues
Orientador(a): Meinerz, Carla Beatriz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/282259
Resumo: Essa dissertação de Acadêmico em Educação tem por finalidade analisar as palavras germinantes na escrita das lideranças femininas do QUILOMBO da MOCAMBO, comunidade da área central de Porto Alegre (RS). O estudo problematiza a forma como essas mulheres, de diferentes idades, movimentam os usos e os sentidos de palavras que estão presentes no registro da comunidade, a saber: MOCAMBO e Arredores. Busca-se entender, a partir das palavras escolhidas, de que forma as lutas cotidianas em diferentes espaços são afetadas pelos saberes e práticas germinados no seu território e, segundo Antônio Bispo dos Santos, também conhecido por Nego Bispo (2015, 2022), nomeados como saberes orgânicos. A metodologia utilizada conta com técnicas criadas para a pesquisa e possuem caráter qualitativo e inventivo, selecionando-se as cartas mocambeiras e a roda de conversa como estratégias centrais, seguidas de análise documental da Ata de Fundação e da Ata de Autodeclaração do QUILOMBO. As escolhas teóricas para a produção analítica foram pautadas nas singularidades presentes na escrita das mulheres, rompendo o escritocentrismo acadêmico, conforme Grosfoguel (2016), valorizando a identidade quilombola, segundo Abdias Nascimento (2018), Beatriz Nascimento (2018, 2021) e o devir quilomba, por Mariléa de Almeida (2022). Evidenciam-se elementos em comum nas três mulheres participantes da pesquisa, notadamente: comunitarismo, memória e ancestralidade. Os elementos acima mencionados foram mobilizados em diferentes expressões singulares como afeto, assertividade e aprendizagem, compartilhadas no QUILOMBO e presentes em diversos momentos dos seus cotidianos, inclusive nestas escritas. Finalmente, destaca-se que apesar das idades e modos de ser diferentes, todas as lideranças foram guiadas pelo elo da ancestralidade, cultivado no fio invisível da memória que une cada uma delas.