Cordões de pássaros e os práticos da festa: cultura, memória e resistência no Mocambo do Arari - Parintins (1952-2018)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lima Júnior, Josivaldo Bentes
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8367808845583287
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7833
Resumo: A presente pesquisa procurou problematizar as experiências de trabalhadores e trabalhadoras que fazem a festa dos Cordões de Pássaros Jaçanã e Pavão Misterioso, realizada no Mocambo do Arari, na agrovila do município de Parintins/AM. O festejo acontece na região desde 1952, antes mesmo da formação oficial da agrovila pela Diocese de Parintins, em 1964. Os cordões de pássaros brincavam então no calendário festivo de São João. Após longo período de interrupção, entre contradições e disputas locais, em 2004 os moradores organizam o primeiro Festival Folclórico do Mocambo do Arari, com a apresentação dos cordões, quadrilhas e bois. No entanto, por força de outros interesses sociais, aos poucos a brincadeira dos bois ganha espaço e secundariza a festa dos pássaros. Ainda outra vez, os brincantes, individual ou organizadamente, se articulam em táticas de resistência pela continuidade daquela cultura. Assim, buscou-se neste estudo refletir sobre a produção de uma memória contra-hegemônica na região, revalorizando outras narrativas daquela experiência, evidenciadas aí as práticas sociais de mulheres e homens negros, crianças, adultos e idosos, que lutam contra a discriminação e o ocultamento social dos seus fazeres culturais. Nesse percurso, o apoio da metodologia da história oral foi imprescindível, possibilitando evidenciar as trajetórias de vida daqueles que frequentemente têm suas memórias silenciadas, esquecidas ou excluídas, e que resistem por meio dos cordões de pássaros em tecitura de sonhos, anseios e lutas pelo direito à memória, à cidade e à cidadania.