Dos estigmas a uma autonomia possível: enquadramentos comunicacionais e narrativas pessoais sobre as experiências de ser prostituta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Alles, Natália Ledur
Orientador(a): Henn, Ronaldo Cesar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação
Departamento: Escola da Indústria Criativa
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/5029
Resumo: A pesquisa busca compreender como a prostituição e as mulheres prostitutas são visibilizadas em espaços comunicacionais digitais brasileiros, relacionando essas percepções às narrativas elaboradas por prostitutas sobre si mesmas e sobre suas experiências. Partindo da proposta do projeto de lei 4.211/2012, que propõe a regulamentação da prostituição como profissão, pretendemos identificar os enquadramentos comunicacionais existentes nas notícias e discussões que enfocam a questão na internet, bem como observar os espaços destinados às experiências e opiniões das pessoas que vivenciam o fenômeno. Pensando que interagir com integrantes deste grupo estigmatizado pode suscitar compreensões para além das representações hegemônicas e dos estereótipos que definem o que é a prostituição, a pesquisa procura privilegiar as vozes das prostitutas e relacioná-las aos conteúdos comunicacionais selecionados. Teoricamente, buscamos articular estudos sobre prostituição, gênero e sexualidade aos conceitos de narrativa e enquadramentos comunicacionais. Para a pesquisa empírica, estabeleceu-se um percurso metodológico dividido em diferentes fases. Em um primeiro momento, efetuou-se uma investigação de inspiração etnográfica junto ao Núcleo de Estudos da Prostituição, entidade que congrega trabalhadoras do sexo em Porto Alegre, onde foi possível acompanhar o cotidiano de militantes e conhecer trajetórias e histórias de mulheres prostitutas. Durante esse período, foram realizadas entrevistas com oito profissionais do sexo que frequentam o NEP. Em outra etapa, objetivando identificar os enquadramentos comunicacionais presentes nos debates sobre o tema circulantes na internet, analisamos 65 textos de distintos autores publicados em portais de notícias, sites feministas, portais religiosos, blogs de temática variada, sites de ONGs e partidos políticos e sites governamentais. A partir das entrevistas e da convivência com as prostitutas, destaca-se a percepção da necessidade de refletir sobre o fenômeno sem partir de explicações fixas sobre seu significado na vida dessas pessoas. A análise nos permitiu traçar aproximações e distanciamentos entre as narrativas das prostitutas e os entendimentos sobre a prostituição divulgados nos espaços comunicacionais, assim como visualizar a existência de uma disputa sobre os sentidos da prostituição em nossa sociedade.