“O que a gente vai fazer hoje?”: evidências de letramento em atendimento educacional especializado de alunas com diagnóstico de deficiência intelectual

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Leite, Cândida Manuela Selau
Orientador(a): Fronza, Cátia de Azevedo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada
Departamento: Escola da Indústria Criativa
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/5894
Resumo: Neste trabalho, tento responder ao seguinte questionamento: como acontecem as atividades que visam ao desenvolvimento da linguagem de alunos com deficiência intelectual em atendimentos educacionais especializados, e em que medida essas contemplam a noção de letramento? Foi possível responder a essa pergunta ao observar e analisar dados – provenientes da pesquisa Aprendizagem de língua materna: contextos, desafios e perspectivas por um Ensino Fundamental para todos (Processo nº. 11/1273-4) – que evidenciavam como era realizado o trabalho com a língua/linguagem de alunos em AEE. Através desse corpus, foi observada a interação de duas alunas com diagnóstico de deficiência intelectual, de 13 e 14 anos, respectivamente, através de 11 gravações audiovisuais feitas no período letivo de 2013, em uma sala de recursos multifuncional da rede pública, situada na região do Vale do Rio dos Sinos. Essas interações foram transcritas e, assim, permitiram que se tornassem claras (1) a concepção de letramento presente em atendimentos realizados na sala de recursos multifuncional (SRM), (2) a recepção das atividades propostas pela professora para as alunas em atendimento e (3) a relevância do favorecimento das habilidades de linguagem que fazem uma intersecção entre alfabetização e letramento. Além de estar edificada em trabalhos iniciais – Leite e Fronza (2014); Haag e Fronza (2014); Wolf et. al. (2014) –, este estudo se constrói a partir das reflexões presentes em Bridi (2011), em Cárnio e Shimazaki (2011), em Haag (2015), em Marques e Delpretto (2012), em Pires (2010), em Rojo (2009, 2012), em Scherer (2015) e em Soares (2004, 2006), entre outros. À luz desse escopo teórico, as interações analisadas evidenciam uma leve aproximação das atividades desenvolvidas na SRM com a proposta de letramento; demonstram que nem sempre ocorria receptividade das atividades propostas; e apontam que é necessária ênfase em atividades de letramento que promovam um trabalho com a linguagem de qualidade. Pelas constatações feitas, acredita-se que as atividades de letramento desenvolvidas na Sala de Recursos Multifuncionais podem se constituir em uma possibilidade ímpar de valorização da linguagem de alunos com diagnóstico de deficiência intelectual.