Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Schessof, Gabriel |
Orientador(a): |
Rohden, Luiz |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
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Departamento: |
Escola de Humanidades
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/13527
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Resumo: |
A presente dissertação tem por objetivo discutir e explorar a relação da ciência com a noção de verdade tendo como principal referência o pensamento do filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976). Trabalhamos com a hipótese de que as modernas ciências não têm como parte do seu horizonte metodológico uma preocupação em explicitar e mesmo em entender o que significa propriamente quando falamos que algo (normalmente um juízo) é verdadeiro. Embora concebamos facilmente que a metodologia científica desenvolvida desde a modernidade seja capaz de fundamentar a verdade de proposições ou juízos, não cabe a esta mesma metodologia um momento de reflexão e discussão com vistas à fixação do sentido conceitual da noção de verdade. À luz deste problema, a pesquisa se divide em três partes. Na primeira, buscamos efetuar algumas reflexões acerca da relação entre filosofia e ciência, tendo em vista dois objetivos principais: i) pretendemos sustentar que o pensamento heideggeriano apresenta uma posição, não essencialmente positiva, mas também não estritamente hostil às ciências, tal como comumente se interpreta; e ii) intencionamos demonstrar de que maneira a reflexão filosófica sobre conceitos fundamentais (Grundbegriffe) implica e aparece na metodologia das ciências (relativamente a sua origem, seus resultados, limites e pressupostos) apesar de sua autonomia e independência em relação à filosofia, deflagradas sobretudo em meados do século XIX. Na segunda parte, buscamos sustentar que a noção filosófica tradicional de verdade enquanto adaequatio (adequação, correspondência ou concordância entre juízos e objetos) é a noção proeminente no discurso científico. Faremos isso apresentando de que modo Heidegger compreende que a noção tradicional de verdade alcança seu desenvolvimento na história da filosofia e permanece sempre inconteste mesmo em filósofos da modernidade centrais para as conquistas metodológicas posteriores da ciência, de onde se segue a concepção comum e insuficiente de ciência como a totalidade de um conjunto de fundamentação de proposições verdadeiras. Na terceira e última parte, buscamos explicitar e avaliar a abordagem de Heidegger em relação ao conceito de concordância. Mostraremos que essa abordagem se situa principalmente em Ser e Tempo como a tarefa de pensar o desvelamento como o fenômeno originário da verdade. Aqui, a investigação filosófica sobre o sentido de verdade liga-se ao empreendimento da analítica existencial do ser-aí, justamente porque o verdadeiro, segundo a compreensão de Heidegger, seria uma implicação de um de seus modos de ser (seria um existencial e não uma simples capacidade cognitiva). Em síntese, buscamos a aproximação e a interlocução deste nível de verdade existencial, que extrapola o alcance das ciências naturais, com a proposicional – cujo valor de verdade pode ser fundamentado por estas. |