Governamento linguístico em educação de surdos: práticas de produção do Surdus mundi no século XX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Witchs, Pedro Henrique
Orientador(a): Lopes, Maura Corcini
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/6926
Resumo: Ao partir do conceito de matriz de experiência para realizar uma leitura da surdez, a Tese apresenta uma análise dos modos pelos quais os surdos são linguisticamente conduzidos. Para tanto, faz uso de um conjunto de documentos mantidos pelo Acervo Histórico do Instituto Nacional de Educação de Surdos que datam do período entre 1909 e 1989. Sob a perspectiva de autores do campo dos Estudos Foucaultianos e dos Estudos Surdos em Educação, bem como da História Social da Língua e da Política Linguística, utiliza os conceitos de governamento e de subjetivação como ferramentas analíticas. Com base na análise do material, foi possível distinguir práticas de governamento linguístico em duas caracterizações do comportamento linguístico dos surdos: as condutas linguísticas almejadas e as condutas linguísticas abjetas. A partir de cada dessas caracterizações, foram identificadas práticas de exercício do governamento linguístico que tinham, como finalidade, o desenvolvimento da nacionalidade nos surdos. Essas práticas foram distribuídas por três composições da educação de surdos: o currículo, a formação de professores e as práticas pedagógicas. Diante disso, defende-se a tese de que tais práticas operam na produção de uma subjetividade surda com características universais, o Surdus mundi, que, embora possa utilizar uma língua de sinais e esteja orientada a uma tendência cosmopolita de ser surdo, abarca em si a potência de ser governada também pelo uso de línguas orais ainda que em sua modalidade escrita. A tese contribui para que se pense não apenas nos aspectos do governamento linguístico na educação de surdos, como também na educação de qualquer indivíduo, e permite o fomento de discussões nas áreas da Educação e da Linguística.