“Nós podemos reinventar o mundo”: a concepção da história para Paulo Freire

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Loureiro, Camila Wolpato
Orientador(a): Abba, Maria Julieta
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/13179
Resumo: Nesta pesquisa, problematizamos e identificamos a percepção de Paulo Freire sobre o conceito de História, compreendendo as suas proposições para um projeto político pedagógico intencionalmente contra-hegemônico, com o objetivo de construir um mundo mais justo e igualitário. Para isso, partimos da seguinte problemática: em que medida Paulo Freire desenvolveu uma concepção de História original, e como as suas entrevistas fazem parte desta proposta? Para que ela seja respondida, utilizamos do referencial teórico da descolonialidade, evidenciando como a subalternização dos sujeitos latino-americanos é um processo histórico de desumanização, e como a experiência e os posicionamentos do autor se relacionam com esta percepção. Como fontes de pesquisa, nos valemos de um corpus documental robusto, por meio de entrevistas cedidas por Paulo Freire para a imprensa brasileira, entre os anos de 1979 e 1997, período que compreende o retorno do seu período exilado do Brasil, até o ano de seu falecimento. Como metodologia de pesquisa, realizamos uma análise qualitativa de temas, debates e discursos presentes nas falas de Freire e dos editoriais, a partir da análise documental de cunho historiográfico. Além das entrevistas, realizamos o cruzamento destes dados com a análise densa de três obras do autor: Pedagogia do Oprimido (1987), Pedagogia da Esperança: um reencontro com a Pedagogia do Oprimido (1992) e Pedagogia da Autonomia (2002). Por meio do referencial teórico da descolonialidade, juntamente com a curadoria metodológica, foi possível perceber que Paulo Freire estabelece uma concepção original de História. Para o autor a História é a compreensão da tridimensionalidade passado-presente-futuro enquanto processo esperançoso de busca pela humanização dos sujeitos historicamente oprimidos e oprimidas. Essa concepção é evidenciada através de um olhar atento à sua epistemologia, tanto nas obras citadas, quanto nas fontes documentais, que permitiram verificar seus discursos para além dos livros, em sua relação com a imprensa e seus interlocutores. Além disso, a análise empreendida nesta investigação permitiu perceber a trajetória de Freire como um homem de seu tempo, compreendendo suas experiências, rupturas e contradições como parte da construção do seu saber e da sua compreensão de História.