Paulo Freire, autor de práxis decolonial?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Loureiro, Camila Wolpato
Orientador(a): Pereira, Thiago Ingrassia
Banca de defesa: Streck, Danilo Romeu, Moretti, Cheron, Valério, Mairon Escorsi
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas
Departamento: Campus Erechim
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3939
Resumo: A colonialidade estabelece as formas de ser e agir no mundo de sujeitos colonizados (as). Partir de tal sentença é compreender o projeto de expansão da modernidade por meio das lentes de análise da rede de estudos decoloniais Modernidade/ Colonialidade (M/ C). A partir da rede podemos compreender os diversos mecanismos de manutenção de formas de dominação colonial, principalmente nos campos do ser, saber e poder. Mais do que evidenciar a subalternização dos sujeitos latino-americanos, a M/ C propõe formas possíveis de rebeldia epistêmica e ontológica, por meio da valorização das formas de saber e conhecer provindas de intelectuais alicerçados na Abya Yala (América Latina). Interpretamos que Paulo Freire pode ser lido como um importante autor de pressupostos claramente decoloniais. Assim, investigando a perspectiva intelectual da colonialidade, “Paulo Freire, autor de práxis decolonial?” procura (re) interpretar a epistemologia freireana enquanto ação insurgente dos (as) subalternizados (as) / racializados (as) / oprimidos (as). Ancorada no método bibliográfico, a pesquisa estabeleceu diálogo com diferentes autores (as) e teorias, em especial com Paulo Freire, Walter Mignolo, Santiago Castro-Gómez, Anibal Quijano, Arturo Escobar e Catherine Walsh, construindo uma genealogia da produção do conhecimento crítica ao eurocentrismo. Assim, as discussões pós-coloniais e decoloniais nos dão suporte para questionarmos os alicerces da produção do conhecimento baseado em paradigmas modernos. Não inferimos teleologicamente formas de análise do presente às produções de Freire, na segunda metade do século XX. Porém, entendemos que a perspectiva de uma pedagogia “dos (as)” e não “para” os (as) oprimidos (a), ou seja, uma educação como prática da liberdade, faz de Freire um intelectual de potencial enorme para o questionamento das estruturas do poder colonial. Ao denunciar as situações opressivas e anunciar alternativas de superação das colonialidades, o autor estabelece formas outras de perceber a ação educativa como ato político de práxis rebelde comprometida com a transformação da realidade concreta. Por isso, esta pesquisa tem como principal resultado (re) a afirmação da epistemologia de Paulo Freire enquanto um questionador da própria racionalidade moderna ocidental.