“Mas nunca me esqueço”: a face feminina da Doença de Alzheimer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Dornelles, Ana Isabel Eltz
Orientador(a): Mira, Caio César Costa Ribeiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada
Departamento: Escola da Indústria Criativa
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/13474
Resumo: Causada pelo acúmulo da proteína beta-amiloide e pela presença da proteína tau, a Doença de Alzheimer (doravante DA) gera a morte de neurônios e a perda de sinapses nervosas que desencadeiam sintomas os quais afetam não só o indivíduo acometido como as pessoas ao seu redor e, em nível macro, a sociedade. Diante do cenário de envelhecimento populacional, a preocupação a respeito dessa patologia neurodegenerativa tem ganhado destaque em diferentes áreas. Porém, frequentemente, as pesquisas desenvolvidas no contexto da DA ainda sem causa e cura identificadas (McDade; Bateman, 2017) reforçam um estereótipo limitante e homogeneizador. Aspectos como gênero e trajetória de vida são apagados, e enfatizam-se os déficits que a doença causa. Nesse cenário, a presente pesquisa tem como objetivo compreender como ocorre a construção de identidades em narrativas de mulheres com a DA em interações. Este trabalho insere-se no campo da Linguística Aplicada e é de cunho qualitativo interpretativista. Os dados foram gerados em entrevistas abertas, compreendidas como eventos discursivos de coconstrução de sentido entre os interlocutores (Mishler, 1986), com três participantes, seguindo a abordagem de pesquisa narrativa. O arcabouço teórico-metodológico empregado para a análise das entrevistas é constituído pelas dimensões da narrativa de Ochs e Capps (2001) e pelos níveis de posicionamento discursivo de Bamberg (1997). Os resultados evidenciam que as participantes, apesar das dificuldades causadas pela DA, conseguiram manter-se ativas nas interações. Por meio das narrativas, construíram suas identidades marcadas por posicionamentos morais diante de discursos recorrentes na sociedade em que estão inseridas.