“Quando eles fazem perguntas, vem mais coisa na minha cabeça pra perguntar”: a ideologia presente na literatura infantil e as reflexões com crianças em uma escola da periferia de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pegoraro, Camile
Orientador(a): Adams, Telmo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/9731
Resumo: A temática, desenvolvida nesta tese, está relacionada à contribuição da Literatura Infantil na formação de leitoras(es), com foco nas reflexões das crianças a partir da leitura dialógica de quatro obras indicadas pelo Plano Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – PNAIC. Os objetivos principais foram: examinar o conteúdo das obras selecionadas no contexto da política do PNAIC; identificar os entendimentos das crianças sobre essas obras, considerando a Ideologia subjacente às histórias; analisar as reflexões das crianças sobre a Literatura Infantil a partir do diálogo com seus pares e com a pesquisadora. O estudo ocorreu com crianças e professoras de uma escola municipal localizada na periferia de Porto Alegre. A pesquisa, de caráter qualitativo, insere-se no campo do materialismo histórico dialético com procedimentos metodológicos da pesquisa participante, com base em Freire, Brandão e Fals Borda. As principais categorias de análise foram: Ideologia, a partir dos estudos de Volóchinov, Marx e Engels, Žižek, Mészáros, Eagleton, Williams, Gramsci; Linguagem, por meio da elaboração de Bakhtin, acerca da atitude responsiva e da construção dos enunciados; Leitura Dialógica com a visão de Freire. Como resultados, verificou-se que a Literatura Infantil traduz as contradições da sociedade e encontra-se na tensão dialética constante entre a reprodução da estrutura do sistema capitalista e a construção de outra hegemonia, mas que, dependendo das mediações engendradas, há possibilidade da abertura de brechas. A leitura, apenas pela fruição, não problematiza questões sociais. No entanto, quando confrontada na leitura dialógica entre as(os) participantes da pesquisa, promove reflexões que despertam a Consciência Social. Esse processo pode ocorrer individualmente, dependendo da prática social da leitora. No entanto, a mediação pedagógica e o diálogo com os pares podem facilitar a criação de brechas que ajudem a ultrapassar as situações limites impostas pelo tempo histórico.