Olhando a lua pelo mundo da rua: representações sociais da experiência de vida de meninos em situação de rua.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Medeiros, Marcelo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-25022003-082739/
Resumo: Grande parte da população de crianças e adolescentes brasileiros vive em condições de miséria e, associados aos conflitos familiares, procuram a rua como fonte geradora de renda, expondo-se à delinqüência, consumo de drogas, entre outros. No sentido de aprofundar o conhecimento acerca da questão, buscamos na literatura elementos necessários para traçar um panorama geral sobre a temática das crianças e dos adolescentes em situação de rua, no âmbito das relações na família e das políticas sociais voltadas à assistência deste grupo, porém sem reduzir a estes aspectos como os únicos responsáveis pela gênese dos meninos e meninas em situação de rua. Este estudo tem como objetivo conhecer e analisar as representações sociais da rua e as relações que se estabelecem entre meninos em situação de rua e entre estes e a instituição pública que os abriga bem como suas famílias, sob a ótica de um grupo de adolescentes que tiveram experiência de vida nas ruas da cidade de Goiânia (GO). O referencial metodológico é de natureza qualitativa sendo utilizada as representações sociais enquanto procedimento metodológico. Para a coleta de dados foram utilizadas a entrevista semi estruturada, fotografias produzidas pelos sujeitos e observações anotadas em um diário de campo. O tratamento dos dados baseia-se na hermenêutica – dialética. Através das categorias empíricas "curtição", "humilhação", "a gente não tem" e "lei do cano" apreendemos, de um modo geral, que as representações sociais sobre a rua se constróem a partir de elementos da contradição entre a liberdade e a violência que a rua oferece, isto é, violência a que se sujeitam é o preço exigido pela liberdade e diversão que procuram naquele espaço. Concluindo, destacamos que esta pesquisa oferece à Enfermagem aspectos importantes sobre o "fenômeno dos meninos e meninas de rua" que contribuirão para uma assistência mais efetiva na promoção da saúde integral da criança e do adolescente.