Recife: entre a sujeira e a falta de (com)postura 1831-1845
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de História Brasil UFRPE Programa de Pós-Graduação em História |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/4779 |
Resumo: | Este trabalho tem por objetivo historicizar a construção do discurso da higiene como elemento norteador de mudanças de caráter estrutural, ocorridas no Recife, entre 1831 a 1845. Ao analisar os relatos de cronistas e viajantes sobre a realidade cotidiana, deparamo-nos com ruas estreitas e sujas, falta de água potável e hábitos considerados incivilizados pelo olhar do “outro”. Tal cenário contrastava com o ideário vindo da Europa, em voga na época, que propagava a cidade como o "locus" de modernidade, civilidade e higiene. Examinamos os investimentos discursivos do poder público e dos médicos na construção de uma nova sensibilidade em relação à sujeira e à limpeza do Recife, durante a primeira metade do século XIX. Embasados nos pressupostos da Medicina Social, esses discursos começam a se materializar por meio da adoção de medidas sistemáticas direcionadas ao combate do lixo e imundícies que infestavam a cidade, comprometendo a saúde da população e dificultando as transações econômicas. Foi em torno da discussão acerca das condições de salubridade da cidade que surgiram algumas questões que procuramos responder ao longo do trabalho. A edição do Código de Posturas Municipais (1831) representou uma tentativa de normatizar o espaço urbano, por meio de dispositivos proibitivos aos hábitos corriqueiros, pautados como “insalubres”. Focamos nossa análise na atuação dos médicos, responsáveis pela criação de associações de caráter consultivo, como o Conselho de Salubridade Pública (1845), que propunha instituir uma constituição médica para a cidade. Consideramos que observar os dispositivos legais que foram utilizados com a finalidade de modificar hábitos acerca da salubridade do espaço urbano pode nos dizer bastante sobre os sujeitos históricos e sobre a própria concepção de saúde no século XIX. |