Ressignificações identitárias : O caso dos B'nei Anussim em Recife (1970-2000)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: BRITO, Creso Nuno Moraes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de História
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/4711
Resumo: Este trabalho busca compreender a formação e a disputa por legitimação da identidade judaica em Recife pelo grupo conhecido como Anussim ou Marranos. Alegando descenderem dos antigos colonizadores e degredados cristãos-novos ibéricos (originalmente sefarditas) que chegaram ao atual Brasil durante o período de colonial, os seus membros intentam agregarem-se ou serem reconhecidos como judeus pela comunidade israelita hodierna da cidade, composta majoritariamente por asquenazitas (judeus do centro ou leste europeu). Organizando-se de modo individual ou coletivo a partir da década de 1970, os marranos reivindicam a inserção tanto pela via tradicional da conversão (guiur) quanto pelo modo mais controverso do retorno (teshuvah), pois ao afirmarem a necessidade de serem reconhecidos como judeus por descenderem de judeus, mesmo que estes tenham sido convertidos ao Cristianismo, e terem mantidos certas práticas atribuídas como judaizantes ou por relatos de memória, eles questionam o modo formal de inserção ao Judaísmo, isto é, por ascendência matrilinear ou conversão religiosa. Constituindo um grupo bastante heterogêneo no que tange a interpretação e vivência da religiosidade, apesar de afirmarem oficialmente um discurso comum, eles são diversos também em relação ao pertencimento às camadas econômico culturais da sociedade recifense. Contudo por se considerarem os herdeiros legítimos da comunidade judaico-portuguesa do século XVII constituem-se, ao menos em sua narrativa de grupo, em um fator indireto de contestação da historiografia consolidada, a qual é bastante silenciosa quanto ao destino dos judeus e cristãos-novos após a capitulação neerlandesa, bem como objetivam criar um elo entre as comunidades judaicas no Recife de hoje e de antanho.