“Meninos vestem azul e meninas vestem rosa” : analisando redes discursivas e as lições de gênero do “Escola Sem Partido”

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: FRAGA, Melina Costa Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
UFRPE - FUNDAJ
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação Associado em Educação, Culturas e Identidades
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/8493
Resumo: A investigação que apresentamos aqui se inscreve no campo discursivo dos estudos de gênero, considerando que este constitui um amplo e plural universo que afeta a esfera educacional em todas as suas dimensões. Neste trabalho, estivemos voltadas para o conjunto de enunciados do Escola Sem partido — ESP, procurando apreender as discursividadades produzidas e postas em circulação por este “movimento”, pretendendo identificar as lições emergentes calcadas em enunciados sexistas e misóginos, a fim de problematizá-las. Assim, na perspectiva de reconhecer a inter-relação entre conhecimento, poder e subjetividade, procurou-se, aqui, compreender como a concepção sobre o gênero e consequentes formações discursivas podem interferir no trabalho com a identidade de sujeitos escolarizados. Considerando tal repercussão, nos propomos, nesse estudo, a debater processos de normatização de identidades marcadas pelo gênero, tomado como um dispositivo pedagógico. No que se refere à orientação epistêmica, esta pesquisa foi realizada em consonância com o campo discursivo feminista e com pressupostos das metodologias da pesquisa feminista, pós-crítica e arqueogenealógica foucaultiana. Ao definirmos tais configurações de natureza teórico-metodológicas, quisemos mostrar, nos enunciados dos arquivos escolhidos, a capilaridade e discurso generificado produzidos por campos disciplinares dispersos, que não são exatamente inovadores, mas estão em constante atualização, exacerbam e complexificam o cenário conservador, sexista, misógino e homofóbico que temos experienciado na contemporaneidade. Como resultado, observamos que o discurso do Escola Sem Partido é composto de atualizações discursivas de vários campos de saberes, em especial do religioso, cuja matriz é a heteronormatividade “compulsória”.