Menina e menino vestem azul e vestem rosa: reverberações das questões de gênero na infância, nos eventos acadêmicos no período de 2008 a 2018 e nas mídias digitais brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pinho, Rutileia Carvalho Xavier
Orientador(a): Rocha, José Damião Trindade
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins
Palmas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGE
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/2262
Resumo: A presente dissertação, inscrita na linha de pesquisa Currículo, Formação de Professores e Saberes Docentes, aborda a temática infância e gênero e suas reverberações nos eventos acadêmicos, nas mídias digitais e no discurso de posse da Ministra Damares Regina Alves, atual ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, do Governo Federal Brasileiro, no ano de 2019, em que proferiu: “Menino veste azul e menina veste rosa”. E, para essa investigação, o problema de estudo foi pautado na seguinte questão norteadora: Qual a (re)presentação de gênero de meninas e meninos nos eventos acadêmicos e na mídia brasileira? Tem como objetivo compreender os estereótipos de gênero construídos socialmente para a infância, em relação aos lugares de meninas e meninos na contemporaneidade, a partir dos conteúdos manifestantes nas mídias digitais. Os objetivos específicos: (i) descrever o processo de construção social da infância, (ii) identificar o brinquedo, as brincadeiras e o brincar como artefatos culturais inerentes também à infância, (iii) relacionar gênero e infância na contemporaneidade, e (iv) analisar os estereótipos de (re)representações de brinquedos, brincadeiras e cores construídos socialmente para meninas e meninos, nos “etnotextos” nas mídias digitais. Tem como método a pesquisa qualitativa, fundamentada na concepção da etnometodologia e etnopesquisa crítica, etnopesquisa formação, numa perspectiva fenomenológica, bem como na análise de conteúdo, numa perspectiva teórico-metodológica da abordagem dos estudos culturais. Pois conforme Creswell (2007, p. 184) “a pesquisa qualitativa é fundamentalmente interpretativa” e partindo desse princípio, o fenômeno estudado envolveu a inter-relação da infância e gênero no contexto social contemporâneo relacionado com os lugares de meninas e meninos no universo infantil. Traz uma pesquisa bibliográfica para exploração dos conceitos de infância, criança, sociologia da infância, brincar, brinquedo, brincadeira e gênero, em que analisou também, para conhecer o quantitativo de publicações sobre essas temáticas, artigos publicizados em dois repositórios de eventos científicos, de cunho nacional e internacional: Anais do Congresso Nacional de Educação (EDUCERE-PUCPR), período de 2008-2017, e do IV Simpósio Luso-Brasileiro de Estudos da Criança, ocorrido no ano de 2018, Goiânia-GO. Foram selecionadas ao todo 1.102 pesquisas, sendo 764 do evento nacional e 338 do evento internacional, capturadas por meio dos seguintes descritores: “Infância, Criança, Sociologia da Infância”; “Brincar, Brinquedo e Brincadeira” e “Gênero, Menina e Menino, Rosa e Azul”. A pesquisa documental abarcou 12 (doze) “etnotextos” publicados em jornais online, blogs e redes sociais que enfocam os estereótipos de gênero e sua desconstrução, para o universo infantil e três “etnotextos” que enfatizam o protagonismo infantil replicados contemporaneamente nas mídias digitais, por meio do blog “Frases de Crianças”. Resulta de uma interpretação de conceitos de sociologia da infância, brinquedo, brincar, gênero e protagonismo infantil na contemporaneidade. Como resultado, essa pesquisa demarca a desconstrução dos estereótipos de gênero construídos em função de preconceitos relacionados a “coisas de meninas” e “coisas de meninos” dando enfoque ao protagonismo infantil, embasado na perspectiva da sociologia da infância. E aponta para que, esses aspectos culturais reproduzidos socialmente possam fazer parte de diálogos em campos de conhecimentos científico e instituições sociais, para que haja a superação de preconceitos e estereótipos de gênero, em que situam “coisas de meninas” e “coisas de meninos”.