Etnobotânica e extrativismo de Stryphnodendron coriaceum Benth. na Floresta Nacional do Araripe, Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: FEITOSA, Ivanilda Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Biologia
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Botânica
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/4820
Resumo: As florestas tropicais são conhecidas por deterem uma alta diversidade de espécies e diante desse universo de recursos que são ofertados, vem observando-se um crescente aumento na extração dos produtos florestais não-madeireiros, a qual desempenha uma importância fundamental no sustento de milhares de pessoas por todo o mundo. Dentre os diversos produtos disponíveis para exploração, pode-se destacar a casca de determinadas plantas utilizadas como recurso medicinal por comunidades locais. Contudo, a grande exploração desse recurso pode afetar seriamente as populações vegetais, sendo sentidos esses impactos nas suas estruturas. Com base nisso, o presente estudo visou compreender como se dá a exploração da casca do “barbatimão” (Stryphnodendron coriaceum Benth.) realizada pela comunidade do entorno da Floresta Nacional do Araripe no estado do Ceará e descrever os padrões no conhecimento e utilização do “barbatimão” pela comunidade local. Em relação ao conhecimento e uso de S. coriaceum Benth, 120 informantes afirmaram conhecer e fazer uso da planta. Esse conhecimento pode possivelmente indicar a grande pressão exercida nas populações de S. coriaceum. O estudo da estrutura da população foi realizado em duas áreas da FLONA, uma no interior da floresta (A1) e outra próxima a borda da floresta (A2). Na área 1 foram registrados 39 indivíduos vivos, enquanto na área 2 foram identificados 23. Na análise dos níveis de danos, foram adicionados, na área 1, oito indivíduos que foram mortos pela extração de casca. Dos 47 indivíduos encontrados na área 1, dez indivíduos (25,49 %) apresentaram algum sinal de extrativismo. Nenhum indivíduo da área 2 apresentou sinal de extração. A maior incidência de coleta ocorreu nos indivíduos das classes 2 e 3, aumentando a proporção de árvores coletadas à medida que os diâmetros foram maiores. Na área 1, a área total de casca retirada foi 55760 cm2 e a área total de casca disponível foi 2121.42 cm2. Na área 2, por não apresentar indivíduos coletados, somente área de casca disponível foi observada, na qual foi de 44666 cm2. Conclui-se que o “barbatimão” é um recurso muito utilizado pela comunidade de Cacimbas, representado pelo conhecimento compartilhado entre os informantes. As populações de S. coriaceum estão em desequilíbrio sugerindo que tal fato seja explicado pelo extrativismo de casca, o qual pode estar comprometendo a estrutura populacional da espécie. A coleta da casca merece cuidados no que diz respeito às práticas realizadas pelas comunidades.