Impacto do extrativismo sobre as plântulas e os indivíduos jovens de Caryocar coriaceum Wittm. (Caryocaraceae) e remoção natural dos diásporos na Floresta Nacional do Araripe – Ceará, Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: SANTOS, Gilney Charll dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Biologia
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Ecologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/5429
Resumo: Acredita-se que o potencial de mercado dos Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNM) pode ser uma alternativa para diminuir a devastação das florestas, contudo a exploração excessiva desses produtos pode ser altamente insustentável, comprometendo a dispersão de diáspororos e o estabelecimento de plântulas. O pequi (Caryocar coriaceum Wittm. (Caryocaraceae)) é uma espécie que sofre intensa pressão extrativista na coleta de seus frutos, para fins comerciais e de subsistência na Floresta Nacional do Araripe (FLONA-Araripe). A finalidade deste estudo foi avaliar os impactos causados pela extração de frutos de C. coriaceum sobre as plântulas e indivíduos jovens da espécie e caracterizar a taxa de remoção natural de seus diásporos na FLONA-Araripe, sul do estado do Ceará. O estudo foi conduzido em três áreas de 1 ha no interior da FLONA-Araripe, sendo uma área de cerradão, uma de cerrado e outra com predominância de cerrado e trechos de cerradão. Para avaliar os impactos causados às plântulas e aos indivíduos jovens, foram selecionados aleatoriamente 15 indivíduos reprodutivos da espécie em cada uma das três áreas de estudo. Ao redor e distante entre 5 e 15 m de cada indivíduo selecionado foram estabelecidas 4 parcelas de 100 m2 (10 x 10 m), onde antes do pico de frutificação todos os indivíduos jovens da espécie foram devidamente marcados e registrados. No fim da safra de C. coriaceum todas as parcelas de 100 m2 foram visitadas, para a verificação de danos causados aos jovens da espécie. Para caracterizar a taxa de remoção natural de diásporos, partindo do tronco e ao redor de cada um dos 15 indivíduos reprodutivos selecionados, já mencionados anteriormente, foram estabelecidas 4 parcelas de 25 m2 (5 x 5 m), onde em cada uma dessas parcelas foram agrupados 10 diásporos. A remoção natural dos diásporos de C. coriaceum foi monitorada durante oito semanas consecutivas, sendo aqui atribuídas as seguintes categorias: removido, predado, infestado por inseto e não removido. Foi verificado, que do total de indivíduos jovens encontrados antes do pico de frutificação de C. coriaceum 5,7% sofreram algum tipo de dano após o período de coleta do pequi, durante o fim da safra, porém nenhuma plântula foi encontrada antes ou depois do pico de frutificação nas três áreas de estudo. Na área de cerradão foi observada a maior taxa acumulada de remoção natural (34,82%) e as menores taxas de predação e de infestação dos diásporos por insetos (11,79% e 15,89%, respectivamente). Porém, as médias das categorias de remoção não foram diferentes entre as áreas de estudo. Pode-se concluir que a ação extrativista não causa danos aos indivíduos jovens de C. coriaceum, mas a intensa coleta de frutos da espécie na região está comprometendo a germinação e o estabelecimento de plântulas.