Uma liga camponesa “composta de caboclos da Serra”: os Xukuru do Ororubá e a Liga Camponesa Clementino da Hora (Pesqueira - PE, 1948-1969)
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de História Brasil UFRPE Programa de Pós-Graduação em História |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9495 |
Resumo: | No contexto inicial da Ditadura Civil-Militar no Brasil, foram instaurados inquéritos visando investigar atos considerados subversivos ou contrários ao considerado “regime democrático”. É nesse cenário que surge o Processo de Investigação Sumária nª 85, aberto no início de maio de 1964, com o objetivo de analisar a suposta "invasão" ocorrida no ano anterior ao Sítio Pedra d'Água, uma área pertencente ao antigo aldeamento de Cimbres que havia sido cedida pela Prefeitura de Pesqueira-PE à União. O ponto central desta dissertação reside na associação dos indígenas Xukuru do Ororubá à Liga Camponesa durante o evento investigado pelo Processo. No entanto, nossa análise parte de uma perspectiva diferenciada: não consideramos essa ação como uma subversão, mas como uma retomada. Ou seja, compreendemos que os indígenas utilizaram essa estratégia como forma de garantir seus direitos sobre o território em questão. O estudo desse movimento torna-se ainda mais relevante quando compreendemos que a Liga foi batizada com o nome do cacique Xukuru atuante no período da Guerra do Paraguai, Clementino da Hora, e que a área retomada pela organização possui grande importância para a realização de rituais religiosos pelos indígenas. Apesar disso, as notícias e documentos oficiais sobre o tema raramente citam os Xukuru nessa movimentação. Ademais, tal intersecção entre as Ligas e os Xukuru se mostra bastante significativa para o entendimento prático do conceito de territorialização e para uma análise das formas de resistência e reivindicação adotadas por esses indígenas em sua relação com o Estado. Através dessa análise, vislumbramos uma compreensão mais profunda da complexidade das relações entre poder, território e identidade. |