Nas páginas do romance, nas páginas da história: A Lenda dos Cem e as mobilizações dos indígenas Xukuru do Ororubá, habitantes em Pesqueira e Poção/PE (1988-2001).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: BENITES , Flavio Joselino.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/22942
Resumo: Pesquisou-se a relação do romance A Lenda dos cem (1995) do escritor pernambucano Gilvan Lemos, com as mobilizações do povo indígena Xukuru do Ororubá, habitante nos municípios de Pesqueira e Poção/PE, que na década de 1990 iniciou o processo de retomada do território esbulhado. O recorte temporal versa entre 1988 a 2001. Tratase ações dos indígenas Xukuru do Ororubá na Assembleia Constituinte, 1988; a promulgação da Constituição Federal de 1988 e aprovação pela SUDENE do Projeto Agropecuário Vale do Ipojuca nas terras esbulhadas gerando mobilizações e, consequentemente, início do processo de demarcação pela FUNAI, finalizado em 2001 com a homologação do território. O objetivo discutir como o conteúdo narrado no romance, não apenas reproduz uma visão estigmatizada, folclórica, preconceituosa, acerca do índio no Nordeste, como “caboclos”, “miscigenados”, “misturados” e em vias de extinção por meio da integração. Essa narrativa elegeu o povo Xukuru do Ororubá para reforçar a verossimilhança no romance destacandoos como Xacuris. A relação existiu devido ao ano da publicação, 1995 auge do processo de retomada do território pelo povo indígena. A narrativa do romance ao ser contextualizado, é ostensivamente a favor dos fazendeiros e contrárias aos indígenas, por se tratar de uma narrativa trivial, sobretudo por enfatizar o processo de miscigenação e apagamento étnico. Reproduzindo estereótipos de longa data. Metodologicamente, analisamos o romance por meio da crítica sociológica relacionado os aspectos internos e externos e a Análise do Discurso para uma visão ampla do citado romance e suas relações. Com os estudos, na área de Antropologia e História, a chamada “nova história indígena” ao estabelecer novos paradigmas discutindo os indígenas na História do Brasil, e enfatizamos especificamente no Nordeste. Para pensarmos o lugar dos discursos do romancista em construir uma visão sobre um povo indígena em Pernambuco, deslegitimando as demandas dos indígenas ao território. A pesquisa consolidou problematizações para desconstruir imagens equivocadas e as repercussões negativas no imaginário social sobre os povos indígenas no Nordeste, como folclóricos e aculturados questionando o discurso acerca da inexistência de povos indígenas na Região. Evidenciando os protagonismos do povo Xukuru do Ororubá na conquista do território, mediante as adversidades historicamente contrárias aos índios na Região Nordeste.