Usos tradicionais e manejo incipiente de Spondias tuberosa Arruda no Semi-Árido do Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: LINS NETO, Ernani Machado de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Biologia
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Botânica
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/4812
Resumo: As pessoas selecionam plantas alimentícias para o atendimento as suas necessidades econômicas, sociais e culturais, sendo tal ação humana responsável por gerar alterações genéticas e, presumivelmente, fenotípicas.Esses processo evolutivo é denominado domesticação. Diante disso o presente estudo tem por objetivo estudar a influência de práticas locais de coleta e manejo sobre as populações de Spondias tuberosa Arruda. em uma área de caatinga no estado de Pernambuco. A pesquisa foi norteada por dois questionamentos: Há diferenças fenotípicas entre populações de Spondias tuberosa Arruda (umbu) submetidas a diferentes regimes de manejo local da paisagem? Caso essas diferenças existam, podem estar associadas a preferências locais dos coletores? Diante de tais questionamentos foi realizado um estudo Etnobotânico na comunidade de Carão, sendo dividido em duas etapas. Na primeira, visitou-se todas as quintais da comunidade, entrevistando o homem e a mulher responsáveis pela casa. Na segunda etapa identificou-se, a partir das análises da primeira, as pessoas que mantêm uma relação mais direta com o recurso, sendo aprofundadas questões sobre a espécie.Realizou-se também um estudo da influência dos regimes de manejo da paisagem sob as populações de S. tuberosa em cinco unidades de paisagens identificadas na região [área de serra (vegetação em regeneração a 50anos), base da serra (vegetação em regeneração a 15 anos), áreas de pastagens nativas, áreas de cultivo e áreas residenciais (jardins e quintais)]. Em cada unidade selecionou-se aleatoriamente 10 indivíduos para análises morfométricas. Aplicou-se o índice de diversidade morfológica, baseado no índice de Simpson, nas populações estudadas nas diferentes unidades de paisagens aqui consideradas. A partir da integração desses métodos, foi posível verificar que conhecimento acerca de S. Tuberosa está bem distribuído na comunidade. Não houve diferenças significativas entre gêneros e faixas etárias definidas no presente estudo. A categoria alimento foi a de maior destaque para essa espécie, tanto para alimentação humana quanto animal. A principal forma de manejo é a tolerância e a coleta dos seus frutos. Também foram observadas divergências morfológicas entre os indivíduos encontrados nas diferentes unidades de paisagens, destaque para as áreas mais antropizadas, onde os indivíduos apresentaram características fenotípicas mais interessantes para o consumo humano. Por outro lado a diversidade morfológica encontrada não difere estatisticamente entre essas áreas, estando isso provavelmente associado a tolerância dos indivíduos. Em função dos resultados, existe fortes indícios de que S. tuberosa possa estar sob domesticação incipiente, entretanto ainda são necessários estudos mais aprofundados, como o de genética quantitativa e de populações, para elucidar essa sinalização.